segunda-feira, 29 de junho de 2009

Toledo, onde tudo começa!


Cada um tem as suas manias, não é mesmo. A minha sempre foi uma certa curiosidade pelas minhas origens. Acho sinceramente que isto tem muito haver com minha formação psicológica, com a necessidade de raízes, de identificação e de sentido de vida. Uma necessidade de saber de onde e para onde.
Desde pequeno me aventuro pela história tentando encontrar as respostas, que por falta de dados mais específicos, sempre foram muito vagas.
O meu sobrenome judeu não é um sobrenome muito comum, o que dificulta a pesquisa. Somente aqueles mais dedicados a está área da história se recordavam de tê-lo visto, lido ou ouvido alguma vez.
Pra ajudar, esse ramo não teve grande interesse pelas américas. Já na europa é um sobrenome mais conhecido, principalmente Espanha (onde se origina), na França e no Marrocos, naturais destinos após a expulsão espanhola de 1492.
Como todo sobrenome antigo, sofreu muitas variações conforme ia sendo traduzido e reescrito nos diversos países por onde esses fugitivos da perseguições e das intolerâncias passavam.
Hachuel, Hochuel, Hatchuel, Hatuel são algumas com que me deparei tanto navegando pela internet como conversando com rabinos, professores e pessoas em geral aqui em Israel. Uma médica recém chegada aqui no país, Dra. Michell, francesa, me disse conhecer pessoas desta família tanto na França como no Marrocos.
É muito gratificante poder ir aos poucos reconstruindo a árvore da família, se bem que no meu caso ainda falta muito pra conseguir chegar a algo parecido a uma árvore. O que tenho são galhos e a raíz. O tronco está ainda perdido no tempo, em algum lugar antes de 1870 aproximadamente, momento da chegada da família ao Brasil.
Essa não é uma busca muito fácil. Leva anos pra se conseguir encontrar alguma coisa relevante, mas é uma busca emocionante. Um dia não se sabe muito de onde vieram seus antepassados, e noutro se encotra todo um fundo histórico, real, algo que explica certas coisas que até então um não podia entender.
Na desenho acima, vemos a bandeira da cidade de Toledo. É uma cidade que se situa no centro da Espanha e foi por muitos anos a capital do Reino. Era um importante centro da vida judaica sefaradí, se não a capital desse importante ramo dos judeus medievais. Alí judeus, cristãos e mulçumanos viveram séculos em quase perfeita harmonia e tolerância. Isso permitiu que nossos antepassados construíssem belas sinagogas e desenvolvessem o judaísmo na sua plena totalidade, com academias de estudo Yeshivot), e uma rica e vasta produção literária. Dalí saíram grandes mestres do Talmud que ajudaram a manter viva a fé de Abraão (Avraham Avinu) durante os anos de perseguição que viriam.
A foto mais abaixo mostra uma vista geral da cidade de Toledo, numa alta colina protegida por um lado pelo rio Tejo.



No vídeo acima pode-se ver um álbum de fotografias de Toledo, exemplos de uma beleza rara pelas misturas de elementos góticos medievais, românicos, mouros e mediterrâneos.
Dali saiu expulsa minha ancestral família. Naquelas estreitas e tortuosas ruas andaram pessoas com o mesmo sangue e código genético que o meu. Alí elas nasciam, cresciam, cumpriam seus rituais de passagem, casavam-se, tinham seus negócios e seus interesses, procriavam, envelheciam e morriam. Assim foi por gerações e gerações até que veio a expulsão e a longa caminhada que termina, no meu caso aqui em Israel. O círculo se fecha, pelo menos para mim. Estamos de volta. Nosso sangue retorna a Pátria Maior e Última do nosso Povo, Israel. Agora só me resta construir minha vida futura e legar aos meus descendentes um pouco da história dos nossos pais.

Dica : Fica aqui a dica do site do Museu Sefaradí, museo dedicado a cultura judeu-espanhola localizado em Toledo, no recinto de uma antiga sinagoga, a Sinagoga do Trânsito.

sábado, 27 de junho de 2009

O Maior Presente Que Já Recebi!

Um dia, eu e um amigo em motsaê shabath (fim de sábado) caminhavamos numa noite agradável e no meio de nossa conversa, ele me disse que tinha chegado a um ponto da vida dele em que se sentia obrigado a definir o que lhe era realmente de valor e descartar as demais coisas.
Ainda que parcialmente, tenho que concordar com ele, se bem que a intenção do meu amigo não era falar de valores, mas de interesses. Para ele o que importava era aquilo que podia atender aos seus interesses "egoístas"!
Hoje, talvez aquilo que eu tenho de maior valor na minha vida, seja justamente algo que eu não posso possuir. Quando digo de "maior", não estou diminuindo por tabela as demais coisas, mas simplesmente tentando demonstrar a posição que isso ocupa em meu ser.
Um sentimento por uma pessoa. Amei como jamais havia amado outra pessoa na minha vida. Tinha certeza de que havia encontrado a mulher da minha vida, a mãe dos meus filhos, a esposa e a amante de todos os meus dias! Mas a vida é carregada das suas ironias e hoje por mais forte que seja esse amor em meu peito, esse amor é passado. Ele vive e viverá para sempre no horizonte da minha memória e nas pulsações do meu coração, mas é algo que eu perdi.
Por isso, essa música que vou postar ( e já tinha postado no blog anterior) se torna perfeita.
É uma música em hebraico, de autoria e interpretação do Ivri Líder, cantor atual do cenário musical israelense. A música já tem dois ou três anos, é lindíssima e fala da certeza de já ter amado e de ter sido amado.
Fica como dica da cultura israelense contemporânea e como a lembrança do meu Anjo, que tanto iluminou o meu ser de esperança, alegria, beleza, sentido de vida, Amor...





Letra e tradução *(gentilmente fornecida pelo site Vagalume)

Zachit Leehov

Uch'shehashemesh nimcheket bashamaim
vehalev metaftef li
derech ha'einaim hachumot
az ani zocher sheyesh einaim
sherotzot oti karov
ani yode'a shezachiti le'ehov.

Uch'sheharu'ach ach'rei hatzohoraim
hi mefazaret anafim k'tanim
uventaim zeh naim
az ani aozher sheyesh einaim
shero'ot otikarov
va'ani yode'a shezachiti le'ehov
ani yode'a shezachiti le'ehov.

Uch'shehashemesh yotzet me'al hamaim
umatchil od yom afor uventaim ein sibah
az ani zocher sheyesh s'fataim
sherotzot oti karov
ani yode'a shezachiti le'ehov
ani zocher sheyesh s'fataim
sherotzot oti karov
ani yode'a shezachiti le'ehov.

Não amei em vão.

E quando o sol está apagado no céu
e (brotam) lagrimas do coração,
por meus olhos castanhos.
Então eu me lembro que há mãos,
que me querem por perto.
e Eu sei que não amei em vão.

E quando o vento da tarde
carrega ramos pequenos,
e o tempo é agradável.
Então me lembro que há olhos,
que me vêem por perto.
E eu sei que não amei em vão,
E eu sei que não amei em vão.

E quando o sol sai por trás das nuvens carregadas de chuva
e outro dia cinzento começa, e ainda que não haja motivos pra isso,
eu me lembro de que há lábios,
que me querem por perto.
E eu sei que não amei em vão,
então eu me lembro de que há lábios,
que me querem por perto.
E eu sei que não amei em vão!*

*Antes que os meus arrogantes, orgulhosos e superiores patrícios azquenazim (fazer o quê se além de azquenazim, a maioria tem parentes na argentina! O Santo e Bendito não teve pena deles!) começem a me atirar pedras pela tradução feita acima, quero esclarecer que SEI MUITO BEM QUE AO "PÉ DA LETRA" A TRADUÇÃO SERIA OUTRA, MAS EU PREFERI O MÉTODO DA TRADUÇÃO INTERPRETATIVA ( que tenta entender como o autor diria o mesmo se o dissesse na língua de Camões, Páh...!). Não se preocupem que a diferença entre a letra em hebraico e a MINHA tradução não é culpa de eu ser sefaradí, moreno e portanto um pária. Economizem os comentários. Obrigado.

Frase do Dia!

"É preciso uma grande coragem para ver o MUNDO em toda a sua CORRUPTA GLÓRIA e (ainda assim) seguir amando-o!".


Frase dita por um dos personagens do filme "Um Marido Ideal".

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Exemplo perfeito!

Eu tava aqui navegando meio sem rumo, na verdade tentando encontrar uma ferramente boa e avançada de estudo do hebraico e sem querer achei este vídeo do YouTube.
Pra quem não conhece hebraico não vai entender nada, mas o casal no vídeo representa dois imigrantes (Olê Hadash) que estão nas primeiras classes de Ulpan ( a escola especial de hebraico para os imigrantes em Israel) e por isso quando falam em hebraico, fazem uma salada completa, trocando os gêneros, a ordem nominal, comendo os artigos e conjunções, etc...
Pra mim que já estou saíndo do básico, é um vídeo muito engraçado, porque me fez lembrar justamente o meu tempo de Ulpan, lá no Merkáz HaKlitáh Ye'elim, de Beer Sheva. Lembro-me bem que eramos imigrantes de pelo menos seis a oito países, como Ucrânia, Russia, EUA, Argentina, Austrália, Índia, etc... uma verdadeira Torre de Babel, e como queríamos falar uns com os outros, tinhamos que usar o pouco hebraico que possuíamos. O resultado era bem parecido com o do vídeo, que é excelente!



Se vocês quizerem dar uma olhada em outros vídeos relacionados com o estudo do hebraico, deêm uma olhada na minha "PlayList" da minha Conta no YouTube. Segue abaixo o link:

http://www.youtube.com/view_play_list?p=265ED48B62DAA0CC

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Quanto vale uma Vida?

É incrível a hipocresia humana.
Quando houve o ataque israelense contra Gaza, sempre ficou muito claro que o objetivo do Estado de Israel era atingir e destruir o poderio terrorista que havia se implantado ali. Infelizmente, esses "mártires do Islã", usavam escolas, hospitais, residências e prédios da O.N.U. como escudos, obrigando muitas vezes a perdas desnecessárias de vidas inocentes.
Naquele instante, a imprensa mundial "caiu de pau" sobre Israel, e nós judeus do mundo inteiro fomos acusados dos mais absurdos crimes. A imprensa brasileira não ficou atrás e destilou todo o seu veneno com matérias tendenciosas e duvidosas, que não tinham a menor base nos reais fatos, salvo algumas excessões.
Agora, novamente, como em tantas outras ocasiões, no mundo se repete outro conflito bélico, entre regiões étcnicas com verdadeiros (agora sim verdadeiros e expressivos) massacres, mas sem a menor atenção do jornalismo mundial e brasileiro. Por que será? Será que falar mal de Israel e dos judeus dá mais lucro? Vende mais? Ou será que é somente um sentimento anti-semita que sempre espera a oportunidade de se mostrar e tentar convencer de que Israel e os judeus são os culpados por todos os problemas do mundo?
Bem. Espero que leiam o artigo do "Estadão", que muito silenciosamente fala desse massacre de civís, crianças, idosos, mas que não mereceu a atenção devida.
Também segue um comentário de um site da comunidade judaica que cuida de analizar e denunciar o tendencialismo na mídia contra Israel e contra os judeus de uma maneira em geral.
E terminando, deixo minha pergunta final.
Será que as vidas dos palestinos de Gaza valem muito mais do que as vidas dos cidadãos do Sri Lanka?

Reportagem do Estadão:

http://www.estadao.com.br/geral/not_ger378934,0.htm


De Olho na Mídia:

http://www.deolhonamidia.org.br/Comentarios/mostraComentario.asp?tID=417



Onde estão as fotos das crianças mortas no Sri Lanka?
Onde estão os protestos mundiais contra o massacre no Sri Lanka?

Pessoalmente, acho que todas as vidas tem o mesmo valor. Pena que o Islã (de maneira geral) e a mídia ocidental não pensem assim!

Algumas fotos podem ser vistas aqui!:

http://noticias.uol.com.br/ultnot/internacional/2009/05/14/ult1859u977.jhtm
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/05/090512_srilankacruzvermelhafn.shtml
http://www.tvi24.iol.pt/internacional/sri-lanka-tigres-tamil-rebeldes-escudos-humanos-tvi24-ultimas-noticias/1057277-4073.html

domingo, 21 de junho de 2009

Frase do Dia!

"Somente dentro de si mesmo o homem pode encontrar a(s) solução(ões) para o(s) seu(s) dilema(s)".


Dito por muitos, mas praticado por poucos...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Lutando contra o Descontentamento!

Bom, mais uma faze nova, depois de apagar completamente meu blog por já duas vezes, espero que agora eu consiga me auto-satisfazer com essa nova proposta.
O primeiro, que construí logo após que cheguei em Israel em 2006, acabou se tornando um caderno de filosofia. Nele apenas discorria sobre minhas idéias e pensamentos, de maneira bem cansativa e pouco interessante para quem estaria lendo.
No segundo, consegui iniciar a proposta de transmitir um pouco de Israel, mas como estava sem tempo, acabei somente postando vídeos do YouTube com alguns comentários, e depois acabei descambando pra uma direção pessoal, onde comecei a postar vídeos de músicas que tinham a ver com uma relação que eu estava tendo.
Desta vez quero ver se consigo diversificar um pouco mais. Como estou um pouco doente e com licença médica, talvez sobre mais tempo pra postar minhas milhares de fotos que tenho tirado nesses anos daqui, da Terra Santa e assim possa transmitir um pouco da cultura, dos costumes, das curiosidades e do dia-a-dia de Israel, dos israelenses e como nós os Olim Hadashim nos relacionamos a tudo isso.
Para aqueles que me honrarem com sua visita, amigos ou desconhecidos, muito obrigado e espero que gostem, comentem, critiquem e ajudem na construção desta proposta.
Um grande abraço a todos, direto de Israel.

P.S. Gravei esse vídeo no dia de Yom HaAtzmaut de 2007, num passeio que fiz com a Yeshivat Machon Meir. Estávamos nas colinas visinhas de Jerusalém, na saída para Tel Aviv, num ponto histórico, que foi palco das batalhas pela reconquista e liberação da Capital na Guerra da Independência. Uma visão panorâmica impressionante!