quinta-feira, 2 de julho de 2009

Israel e Suas Curiosidades : Café!

Quando alguém decide imigrar, da maneira correta e legal, costuma antes fazer uma longa pesquisa pra saber as condições da nova vida que ele vai encontrar na nova sociedade.
Como minha imigração foi um projeto de longo prazo, tive tempo de me preparar psicológicamente e buscar conhecer ao máximo as diferenças que iria encontrar pela frente. Mesmo assim, não é possível prever tudo. Até porque nossa vida é cercada de milhões de coisas, hábitos, imagens, símbolos e sensações que não nos damos conta e não percebemos de maneira consciente, mas que fazem parte de nosso ser e de nossa vida.
Assim, ninguém jamais ao sair de seu país, poderia imaginar que um hábito tão simples como o de "tomar café" poderia sofrer uma mudança tão grande. Até porque no caso de alguns produtos de consumo básico, é sabido que se pode encontrá-los no mundo inteiro! Porém há uma questão aqui. Que todo mundo no mundo inteiro toma café, isso é ponto pacífico, mas COMO que se toma esse café, é uma outra questão.
No Brasil estamos mais do que habituados ao nosso querido café em pó, que tem que ser devidamente "passado" com água quente e filtrado, ou em coador de pano ou de papel. Raramente se toma café solúvel. Assim, sempre temos café no bule ou na garrafa térmica ou em alguma jarra especial para mantê-lo aquecido e fresco.
Bem, aqui em Israel não funciona assim e como sofri por isso.
O israelense em geral toma um outro tipo de café que não se encontra facilmente no Brasil, somente em casas árabes. É o café turco. Esse café tem o pó bem mais grosso que o nosso e é bem mais forte. Diferentemente de nós, o israelense não prepara o café antes em grande quantidade para serví-lo, mas cada pessoa prepara o seu próprio café individualmente. Como? Ele pega um copo (aqui é normal tomar café em copos de vidro e não em chícaras), coloca uma medida de pó de café segundo a sua preferência, acrescenta água quente e por último o açucar, mexendo bem e deixando baixar o pó, para depois tomá-lo.
No sul do Brasil e no interior de São Paulo eu sei que os vaqueiros, tropeiros e trabalhadores do campo as vezes faziam um café semelhante pela falta do coador, e era chamado de café de tropeiro. Mas isso nunca foi um hábito e sim uma improvisação. Aqui é o modo corrente.
Esse café é muito forte e conheço muita gente que veio da América do Sul e não se acostumou com ele. Alguns tiveram dor de barriga, outros cólicas e outros como eu, palpitações e insônia das brabas!
A segunda alternativa mais comum por aqui é o café soluvel. O problema é que ele tem um gosto horrível e em geral para se poder tomá-lo, é necessário acrescentar leite.
Por falar nisso, quando alguém aqui fala em nescafé, não esta falando na marca que nós conhecemos aí no Brasil, mas esta se referindo a tomar café solúvel com leite! Fiz muita confusão no começo, porque as pessoas me ofereciam café, e eu não queria o turco, mas o solúvel. Então elas me ofereciam nescafé e eu pensava que ia receber café solúvel preto, mas vinha com leite!
Uma outra alternativa é pedir o café expresso num Beit Café. Beit Café é o que chamamos de Cafeteria no Brasil. Aqui em Israel os Batei Café estão no lugar dos bares brasileiros. Eles não vendem bebidas alcoólicas, mas estão em cada esquina, shoppings, hospitais, faculdades, estações de ônibus e trens. O Beit Café é uma mania nacional.
No fim, como morro de saudades do cafezinho brasileiro, igual o que minha avó passava no coador de pano, quentinho e fresquinho, forte com pouco açucar. Igual aquele só quando voltar ao Brasil pra passear.
Enquanto isso não acontece, vou me virando com o café solúvel da Nestleh. É o mais próximo do que se pode chamar de café, pelo menos pra mim!
Por último, um comercial israelense da marca mais famosa daqui, da Elite. O enredo não se passa em Israel, mas na Península do Sinai, no Egito. Apesar de não estar traduzido ou legendado, fica como curiosidade.


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