segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Frase do Dia.

           
              "Seja a Mudança que Você Deseja Ver                       no Mundo". Gandhi                                                                                                                





Já faz um tempão que eu não posto nada. Uma mistura de depressão, falta de tempo, muito trabalho, frustrações, pura preguiça, etc, tem me deixado numa inércia das brabas.
Nem falado mais com meus amigos tenho... já que a unica maneira de fazê-lo é pela internet e se tenho ligado pra minha mãe, é porque pra ela não tem como ficar sem ligar, já que se eu não dou noticias, ela fica doente de tanta preocupação.
Bom, aqui estamos de volta, como a Fênix, renascendo das cinzas. (Acho que isso ficou meio gay! hehehehe!) Pra não deixar dúvidas, como UM Fênix!
Até encontrei um fenix mais macho, hehehe...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Homenagem a D. Perpétua, minha avó!

Hoje, nove de julho, completam treze anos do falecimento de minha amada, querida e saudosa avó materna, D. Perpétua.
Assim como seu nome, sua lembrança é ainda hoje, mesmo depois de mais de uma década de seu desaparecimento, eterna e perene entre seus filhos, netos, parentes e amigos.
Assim como manda nosso costume, na data de aniversário do falecimento de um ente próximo, deve-se acender uma vela de 24 horas, em lembrança e para elevação da alma.
Minha avó era uma mulher estraordinária. De uma força e um caracter tão sólido que era quista e amada por todos que a rodeavam.
Assim como a "Eshet Hail" dos Provérbios do Rei Salomão, era a mulher que se levantava de madrugada, para preparar o desjejum dos homens que saiam para trabalhar. Era a mulher que costurava, que consertava as roupas de seu esposo e de seus filhos. Era a mulher que se preocupava não somente em "pôr a comida sobre a mesa", mas prepará-la saborosa e atrativa para os seus. Era a mulher que se preocupava com os necessitados e com aqueles que não tinham. Era a mulher que sempre tinha a casa aberta e pronta para receber convidados e hóspedes. Era a mulher que não tinha preguiça. Trabalho era seu sobrenome. Conhecia de horticultura, de agricultura, de pesca, de industria.
Honestidade, decência, valores, respeito, honra, confiança, amizade, limpeza, organização, para ela não eram simplismente conceitos, mas um estilo de vida. Dizia que a maior conquista de um homem não está naquilo que possui ou naquilo que representa, mas no fato de poder ir deitar-se, reclinar sua cabeça sobre o travesseiro sem vergonhas, sem medos e sem preocupações por ter feito algo mal ou errado. Uma consciência tranquila, eis o maior tesouro de um homem segundo minha amada avó.
Uma das coisa que me dão forças para viver é a lembrança do amor de minha avó por mim. Para ela eu não era somente um neto, era o filho de sua filha. Minha avó dizia que "filhos de minhas filhas meus netos são, filhos de meus filhos, serão ou não!?".
Depois dos meus quatro anos, me tornei companheiro de caminhadas da minha avó. Para que ela não estivesse sozinha, eu ia com ela para as compras, para os negócios, para viagens. E o mais especial disso era que conversávamos, falavamos de tudo e de todos. Eu perguntava, ela respondia. Se não sabia, dizia que não sabia, assim, simplesmente.
Me dava concelhos. Tentava me orientar para que fora um bom homem. Me falava do passado, das aventuras da família. Nossas conversas eram povoadas por nomes de gente que nunca cheguei a conhecer. No mais cheguei a estar junto aos túmulos de alguns deles. "Tertuliano, Sebastião, João Grande, Mariquinha, Preciosa, Adão, Donária, Vicenta, Otaviano, Mário, ..." Nomes que me eram estranhos, diferentes dos nomes de minha época e que pareciam ter saído de uma estória de "João e Maria".
Minha avó enriqueceu minha vida com histórias de assombrações, de caçadas, lendas da mata, de enchentes, de doenças desconhecidas e de curas milagrosas. De benzidos e benzedeiros. Dos antigos farmacêuticos que faziam o lugar de médicos. Dos partos realizados nas casas. Dos banhos que tinham que dar nos mortos. Dos mortos que eram enterrados nos quintais das casas ou quando encontravam um morto desconhecido, que era enterrado alí mesmo, no caminho, junto de uma cerca, na encruzilhada entre dois sítios, ou debaixo de uma árvore de laranja grande, que depois ficava assombrada!
Das árvores que tinham ouro enterrado debaixo e que ninguém conseguia desenterrar, porque maus espíritos não permitiam que ninguém o desenterrasse para que as almas dos seus antigos donos permanecessem em sofriemento eterno.
Com minha avó D. Perpétua, aprendi todo o ciclo de produção do café. Fazer as mudas ou recolhe-las do cafezal, para depois plantá-las, com o espaçamento correto. Proteger as mudas das pragas, das formigas, das ervas-daninhas. Esperar três anos para poder colher o café. Reconhecer o café maduro. Vermelho brilhante e doce. A secagem. A pilagem para a descasca.O abano. A torrefação, que produz um cheiro maravilhoso. A chumbagem. A pilagem e a repilagem. A coagem para chegar ao finíssimo e puro café!
Outra maravilha perdida nos dias de hoje. O café preparado com garapa! Garapa fresca moída na hora! Garapa fresca moída no engenho entalhado e construído por meu avô.
Quando minha avó faleceu, eu não perdi somente uma pessoa amada, mas sim toda uma referência. Quando perdi minha avó, perdi um mundo inteiro, todo um mundo que deixou de existir para mim.
Mas resquícios desse mundo de outrora persistem nas lembraças que decoram as paredes dos meus pensamentos.
 
Uma surpresa agradável e inesperada foi quando na primeira visita que realizei no norte de Israel, num jardim botânico, me deparei com um pé de Suiná.

 O suiná é uma árvore espinhosa muito usada em cercas por causa dos seus espinhos. Na época da florada, ela produz um caixo de pequenas flores com formato de uma faca ou espada. Por isso nós crianças chamávamos essa flor de facãozinho! Era uma árvore muito comum na Mata Atlântica e por isso jamais pensei encontrá-la no Oriente Médio e em Israel!

domingo, 27 de junho de 2010

Prego Na Bota.

Uma das coisas que sempre me caracterisou é o sentimento de não pertencer a lugar nenhum.
Quando estava lá, sentia que devia vir pra cá.
Hoje que estou acá, sinto falta de lá.
Mas não é difícil de explicar isso. Apesar de sempre ter sonhado em vir prá cá, pra terra de meus ancestrais, ainda não finquei raízes profundas por estas paradas. E bem mais do que imaginava, as raízes já eram bem profundas lá na Terra do Eldorado. Não era pra menos, depois de um pouco mais de cem anos que os Hätchuel (Rochuel) chegaram no Novo Mundo, ainda dava pra dizer que éramos judeus sim, mas de "pêlo duro"!
E tem dias que essa saudade aperta bem mais. É mais aguda e incomoda mais.
Aí se não bastasse, lembro da china que laçou meu coração e quase me joga de cima do potro.
Depois de uns bons meses cercando a china, me lembro que peguei um busão, um Cometão de "prata" e fui baixando pro sul, passando pelas araucárias esticadas no chapadão da serra, até chegar na velha Curitiba.
Sonhava recomeçar por lá a vida, terminar a faculdade, arrumar um emprego e dar aulas, e alugar aquela casinha amarela lá no alto do morro.

Ver mapa más grande
Casinha de estilo colonial, típica do sul. Toda cercada com pátio todo de grama verdinha e aparada. A casinha era toda cercada de varanda, pedindo pra pendurarem uma rede preguiçosa. No fundo havia um puxado com churrasqueira e fogão á lenha, pra fazer umas costelas na brasa com arroz carreteiro pros amigos no fim de semana.
Mas a "nega" não quis e então nada mais me segurava na terra do "Tudo se plantando dá". Desiludido por ter sido regeitado pela guria que mais tinha amado na minha vida, subi naquele avião no dia 02 de maio de 2006, primeiro rumo aos reinos de Espanha, o mesmo lugar de que minha família tinha sido expulsa a quinhentos anos antes. Antes de chegar a Terra Prometida, tinha que passar pela velha Madri. Era como fazer exatamente o caminho de volta, o caminho que centenas de gerações anteriores a mim fizeram no sentido contrário, expulsos primeiro pelos romanos, depois pelos reis católicos, até chegarem ao Eldorado, sonhando com uma vida livre de perseguições, conversões forçadas, ódio gratuito.
Nessa viagem de volta eu trazia bem mais do que duas malas grandes e duas bolsas de colo pequenas. Trazia todo o sangue, toda a herança genética, um pouquinho de cada um dos centenas, senão milhares de judeus, homens, mulheres, crianças, velhos, que viveram antes de mim nessa longa corrente que um dia começou aqui, onde estou hoje, e foi terminar lá no centro-sul do velho Brasil.
Estou feliz de estar aqui. Mas sinto saudades da minha guria. E quando ouço a música do César Oliveira e Rogério Melo, me dou conta que saudade nada mais é do que "Prego na Bota"!




Prego Na Bota

Faz dias que esta saudade
"Me cutuca" e me incomoda
Pior que prego na bota
Quando empeça a castigar
Que troço mais sem sentido
É um amor mal resolvido
Só um retrato envelhecido
Ficou pra me consolar

Já mandei muito recado
E até aviso pela rádio
E um bilhete emocionado
Na Kombi que faz a linha
E a cretina não responde
Nem pra me mandar bem longe
Parece até que se esconde
Covarde, maula e mesquinha

Refrão:
Ai, ai, ai, ai... Saudade!
Ai...Prego na bota
Onde é que já se viu
Um taura cento porcento
"Se entregá" pra um sentimento
Chorando por quem não volta

É que um romance aporreado
Aniquila e prejudica
E "ademais" ninguém explica
A angústia de um pobre peão
Que sofre de alma estropiada
Por uma china malvada
Que foi sem dizer nada
Levando meu coração

Pelo menos dá um sinal
Nem que seja de fumaça
Que aquilo não tem mais graça
E tu não "tá" arrependida
"Me poupa" desse desgaste
Devolve todos os meus trastes
E o coração que roubaste
Que eu corro risco de vida.

sábado, 19 de junho de 2010

Agradecimentos!

Não posso ir dormir (amanhã levanto cedo pra ir pro trampo) sem antes agradecer ao Décio Diniz e ao Dylan W. pelos comentários generosos.
A eles dedico este belo vídeo e música do querido Shlomo Artzi, meu preferido na velha arte de cantar entre nós aqui na Velha e Boa Terrinha de Israel.


Eles se vão e nós permanecemos...

Fatah - Saramago mostrou ao mundo que a causa palestina é universal


É de conhecimento geral que Saramago tinha uma opinião crítica feroz contra o Estado de Israel. Em seu zelo comunista e ódio por tudo o que se aproxime ao E.U.A, chegou a ofender a memória dos milhões que repereceram no Holocausto. Como a grande maioria da Esquerda Intenacional, era um feroz anti-semita.
Era também ateu ( e não quero dizer que uma coisa tenha a ver com a outra) e por isso um crítico da religião instituída. Interessante que pouco falou sobre os abusos, crímes e violências causados pelo Governo Ateu da antiga e extinta U.R.S.S.
Porém, esta morto! E assim tem se repetido a mesma história de quase três mil e quinhentos anos. Os inimigos e perseguidores do Povo de Israel, se levantam, esbravejam, fazem seus estragos e se vão. Egito, Babilônia, Pérsia, Grécia, Roma, Alemanha Nazista e tantos outros. Surgiram e brandiram suas espadas de ódio e sangue contra o Povo do Livro. Porém eles se foram e nós permanecemos. Dentre eles, muitos esquecidos, ouvidados, outros odiados. Dentre nós, nomes do nosso povo são cantados nos louvores de milhões de crentes por todo o mundo, ou premiados por sua contribuição para o bem da humanidade, pelas artes ou conhecimento humano.
D´s em sua bendita bondade, tem ouvido nossas súplicas:

"Que para os caluniadores não haja esperança, que os hereges sejam prontamente aniquilados, e que os inimigos do Teu Povo sejam depressa extirpados. E os malvados - depressa destroça-os, quebra-os, oprime-os, abate-os, humilha-os, e domina-os. Bendito sejas Tu, Eterno que quebras os inimigos e dominas os malvados". Sidur Completo, Jairo Fridlin, São Paulo Brasil. 1997.

A Reza Judaica e suas Belezas III

Como eu já havia comentado aqui anteriormente, a reza judaica tem suas peculiaridades e belezas! Ao contrario das acusações de muitos cristãos, o judeu não é em si nem prepotente e nem auto-suficiente. Sua relação com o Eterno não está baseada no mérito e na justiça própria, mas sim na Bondade e Misericórdia Divina.
Isto pode ser visto nessa pequena passagem da reza matutina de shabath (sábado), que aparece logo após a Akedát Itzahak (trecho que relata o "Sacrifício de Isaac").
O trecho que vou transcrever pertence ao "Sidur Completo", edição tradução e transliteração sob direção do Jairo Fridlin.

Leolam - Sempre deve o homem temer a D´s, quer intimamente, como em público, confessar a verdade e reconhecer a verdade no íntimo de seu coração, e madrugar e dizer:
Ribón _"Soberano dos mundos e Senhor dos Senhores!Não é confiando em nossos atos de justiça que apresentamos a Ti nossas súplicas, e sim na Tua infinita misericórdia. Que somos nós?Que é a nossa vida?que é nossa benignidade?Que é a nossa justiça?Que é a nossa salvação? Que é a nossa força?Que é o nosso vigor? Que podemos dizer em Tua presença, Eterno, nosso D´s e D´s de nossos pais?Certamente são como nada os maiores heróis diante de Ti, e os homens de fama como se não existissem: e os sábios, como se não tivessem saber, e os inteligentes como se não tivessem entendimento: porque a maior parte de nossos feitos é vâ, e os dias da nossa vida, vaidade são dinte de Ti: a superiodidade do homem sobre o animal é nula porque tudo e vaidade, exceto a alma pura que está destinada a prestar Juízo e contas ante o Trono da Tua Glória. Todas as nações são nada diante de Ti, pois assim foi dito "Eis que as nações são como a gota que cai do balde, e como o pó miúdo da balança são consideradas: eis que (Ele) levanta as ilhas como coisas insignificantes". 

 Na sequência, o vídeo com a letra em hebraico de uma outra linda reza judaica, O "Anah Bekhoach"!


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Eu sou Judeu!

Nem sempre é fácil dizer isso assim, sem medo de criar mal estar ou de levar um tapa em seguida. Mas graças ao Eterno, Bendito Seja, que temos nossa Medinat Israel e podemos cantar, felizes, alegres, cheios de vida e de esperança: Eu sou Judeu! Nem melhor e nem pior do que ninguém no mundo!






Um bom dia para todos, judeus e não judeus, com as bençãos do Único, Eterno, Bendito e Santo.

Eu sou Israel

"Eu sou Israel.

Eu nasci um milênio antes de ser renomeado Palestina pelos conquistadores romanos, e antes que a Inglaterra decidisse tornar minhas terras orientais em Jordânia.
Meu povo, os Judeus, mantiveram comunidades aqui por 300 anos, isso até que os árabes decidiram massacrar aqueles Judeus em 1920 e 1929. Centenas de civis foram mortos, a maioria deles: mulheres e crianças.
Enquanto isso, seus estados árabes irmãos exilaram 1 milhão de árabes Judeus.
APAGANDO SUA HISTÓRIA.
Eu sou Israel - Fui atacado quatro vezes por 5 exércitos árabes em 60 anos.
Eu sou um sobrevivente: Eu venci cada guerra que eles travaram contra mim.
Eu disse aos árabes que viviam em minha terra que eles eram bem vindos para ficar, mas seus irmãos disseram: 'deixem temporariamente enquanto os judeus estão cuidando'.
Eu tenho oferecido uma mensagem de paz desde o dia do meu nascimento mas meus inimigos responderam somente em bombas, balas e sangue - nossos mesmos, e deles.
Percebendo que eles não poderiam me derrotar com armas, meus inimigos começaram a mentir.
Eu sou Israel - por diversas vezes meu nome é manchado.
Embora como o engano de Mohamad Al- Dura , cada mentira é eventualmente refutada,meus inimigos continuam a clamar que estou cometendo 'genocídio'.
Diga-me, dar oportunidade educacional a árabes palestinos é 'genocídio'?
20% dos estudantes na Universidade de Haifa são árabes.
Se eu exilasse todos os árabes em 1948,porque são 20% dos meus cidadãos árabes quem votam?
Porque eu desisti de todo o Sinai e da Faixa de Gaza, desenraizando meu próprio povo de seus lares pela ESPERANÇA de paz?
Eu sou Israel.
Em opções de combate, eu arrisquei a vida de meus adolescentes para minimizar casualidades com civis.
Faço todos os esforços para atingir apenas combatentes, frequentemente colocando meus soldados em perigo.
Na guerra, eu espalho folhetos nas áreas a serem atingidas avisando os civis para evacuarem dos locais.  
Na história da humanidade, algum outro exército fez isso pelos seus inimigos?
Eu esperei 8 anos para parar com os ataques diários de foguete do Hamas.
Alguns caíram em meus jardins de infância. Eu sou paciente, mas minha paciência não é infinita.
Eu sou Israel - eu descobri novos tratamentos da medicina para doenças devastadoras. Eu desenvolvi tecnologia para a criação da Intel, anti-virus e telefones celulares e eu lidero o mundo em publicações científicas per capita.
Eu enviei missões humanitárias para desenvolver países, incluindo países Muçulmanos. 
Eu absorvi centenas de refugiados muçulmanos que enfrentaram genocídio em Darfur - refugiados que nenhum estado muçulmano receberia.
Eu sou Israel - um dos menores países do mundo, e provavelmente o mais teimoso - eu me recusei a desistir da esperança pela paz.
Meus amigos me apoiam não por causa de algum lobby, mas porque eles veem a verdade: Eu sou o coração do Oriente Médio, e a esperança para seu futuro. Meu profeta disse 'nação não levantará espada contra outra nação', e eu tentarei , e tentarei ...
e TENTAREI até que aquelas palavras sejam verdadeiras. 
PORQUE Eu sou Israel."

Créditos: Recebi via e-mail da queridíssima Marja. 

terça-feira, 15 de junho de 2010

A Reza Judaica e Suas Belezas II



Exaltado e santificado seja seu grande Nome, amém.
Neste mundo de Sua criação que criou conforme a Sua vontade; chegue seu reino cedo, germine a salvação e aproxime-se a chegada do Mesías, amém.
Em vossa vida, e em vossos dias e em vida de toda a casa de Israel, cedo e em tempo próximo e digam Amém.
Bendito seja Seu grande Nome para sempre, por toda a eternidade; seja bendito, elogiado, glorificado, exaltado, engrandecido, magnificado, enaltecido e louvado Seu santísimo Nome (Amém), acima de todas as bênçãos, dos cánticos, dos louvores e consolos que podem se expressar no mundo, e digam: Amém.
Desça do Céu uma paz grande, vida, abundância, salvação, consolo, libertação, saúde, redenção, perdão, expiación, amplitude e liberdade, para nós e para todo Seu povo Israel, e digam: Amém. (Amém)
O que estabelece a harmonia em Suas alturas, nos dê com suas piedades paz a nós e a todo o povo de Israel, e digam: Amém. (Amém)
O Kadish é uma reza muito antiga da liturgia judaica. Talvez a mais antiga que se tenha conhecimento e que esteja em uso até hoje.
O trecho do Kadish é recitado entre as diversas partes da reza, e também para encerrar uma reza específica. Nesse caso os "enlutados" costumam dirigir a recitação do Kadish, que é realizado em grupo e na presença de um minian (coro mínimo de dez homens que formam a assembléia).
Até hoje eu não havia me preocupado muito com o Kadish, uma vez que somente necessitava responder os "amém". Porém com a morte do meu amigo Diego, e com a ausencia de parentes próximos para  cumprir com o dever da recitação, me ofereci aos nossos rabinos de Beer Sheva para realizar a recitação anual em favor da elevação da alma do meu amigo. Assim passei de mero expectador a partícipe ativo. A pronúncia é um pouco difícil, uma vez que não esta escrito em hebraico, mas sim em aramaico e principalmente a variação conhecida como Kadish DeRabanan, que possui um acréscimo grande e de palavras difíceis. 
Porém do lado espiritual, o Kadish é muito lindo e bonito. Ele tem a função de nos lembrar que devemos aceitar ao Eterno não somente nas horas boas e agradáveis, mas sim em todas as horas, até mesmo naquela que é a mais difícil de todas, na perda de um ente querido. E relembra a função básica do homem enquanto vivo, o serviço de D´s!
 

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Orvalho Que Tanto Amo.

Hoje cheguei no trabalho mais tarde.
Passei como sempre por aquele corredor já tão conhecido, tão transitado. Na verdade eu não preciso passar por alí, mas não resisto a possíbilidade de vê-la, ainda que seja por uns poucos segundos.
A porta do escritório dela estava fechada, e uma imensa sensação de decepção me invade.
Sigo para o meu trabalho. Tento não pensar, não ficar triste por algo tão bobo, mas só a idéia de não vê-la me é insuportável.
Chego no meu departamento. Cumprimento o meu pessoal. Todos são cordiais. Como tentativa de esquecê-la começo a trabalhar, a ocupar-me de minhas tarefas. De repente, ouço uma voz conhecida, uma voz desejada. Ela sentiu minha falta. Percebeu que quando passei por sua sala, justamente nesse momento ela havia saído "um pouquinho". Ela sabia que eu ia trabalhar a tarde toda e por isso não íamos nos encontrar. Então ela vem me ver.

 Linda, elegante, perfumada. Ela me recebe sempre com um sorriso e aqueles olhos azuis que me olham, me atravessam e me fazem me sentir como um menino nú!
Trocamos umas poucas palavras sobre minha manhã, sobre o que eu fiz antes de chegar ao trabalho. Algumas coisas tenho que dizer mais de perto, para que não me ouçam. Todos nos observam, discretamente, porém nos observam. Outros me invejam. Gostariam que ela viesse por eles, mas não, ela vem por mim.
Acho que por causa dessa inveja, tentam incomodar. Se intrometem e não nos deixam um minuto em paz.
Ela tem tempo, mas desiste. Se vai. E eu já tenho meu dia salvo. Ela antes de ir, me lembra que tem algo para mim. Porque ela não trouxe? Mais um motivo para que eu vá até a sala dela. Combinamos que apareço por lá, quando tiver um tempinho.
Passa meia hora. Ela volta. Como eu gosto quando sem esperar ouço aquela voz chamar o meu nome... Aaariêeee... Como uma menina que tenta chamar a atenção... que tenta "fazer doce"!
Ela tem um documento. Precisa averiguar algo comigo. São minutos preciosos.
Como tenho uns minutos livres, decido ir com ela, buscar o que ela tinha para mim.
Ela pensa em mim, se preocupa comigo, procura me ajudar para que eu me sinta bem, para que eu esteja feliz, contente. Ela me compra coisas, presentes, lembrancinhas.
Trocamos palavras, sorrisos, olhares... uma dança, um balé, um jogo... como duas crianças que começam a aprender do amor mas não sabem como demonstrá-lo.
A deixo. Precisamos trabalhar.
Volto pro meu departamento. Feliz. Uma felicidade efêmera, eu sei, mas feliz.
No meio da tarde, estou só. Todos já se foram. Fiquei pra terminar o serviço. Não espero ninguém. Essas horas costumam ser chatas, monótonas.
Estou ocupado, ouvindo Marisa Monte. De repente, assim como um sonho, ela entra, de mansinho, em silêncio. Que boa surpresa. Ela vem com um presentinho para mim. Mais um! Algo bobo, mas tão importante, porque no fim só queria dizer que pensou em mim. Vamos ter uns minutos só pra nós dois... uma oportunidade de ouro... mas não... não pode ser. Aparecem algumas pessoas que não deveriam estar alí. Ela se sente um pouco constrangida, difícil explicar o que ela faz alí a essa hora. Sair discretamente é o melhor, enquanto eu levo meus inoportunos visitantes de volta ao foco do trabalho.
Eles parecem se esquecer dela, mas enquanto eu os atendo, minha mente, minha alma, meu ser,  vagam pela imensidão daqueles olhos azuis.

domingo, 13 de junho de 2010

Frase do Dia.




Está escrito nas Escrituras Budistas:

"A Bandeira esta quieta, 


o vento esta calmo...

É o coração do homem que está agitado"!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Uma linda melodia!

Um amigo meu me enviou essa música que ele viu num site russo. Esse meu amigo nasceu na cidade de Kubah, no Azeibarjão.  A Principio não sabíamos quem era o compositor, qual a obra e de que época. No fim das contas, depois de um pouco de pesquisa, acabei descobrindo e também achei essa versão no You Tube.


Christoph Willibald Gluck (Berching, 2 de julho de 1714 - Viena, 15 de novembro de 1787).
Ópera Orfeo ed Euridice (1762).


Curiosidade : Meu Nome em Chinês!



 Como seria meu nome em caracteres chineses. De verdade, não tinha nem idéia. Nunca gostei muito de arte chinesa, porque a grande china, pra mim sempre foi uma farsa. Não passa de uma multidão de nações mantidas sob uma bandeira pela força e pela opressão. Passei a me interessar um "pouquinho" quando descobri os filmes de lendas de artes marciais chinesas, como Heroe, Casa das Adagas, O Tigre e o Dragão, etc.
Como sempre estava fuçando na web, e encontrei um site legal que te ajuda a traduzir seu nome para chinês, e depois fazer umas imagens legais com ele. Você vai encontrar esse site aqui!
Na sequencia o meu nome escrito em chinês, e a pronúncia.
Detalhe interessante é que o mesmo não pode ser feito com o Japonês. Os caracteres ideograficos japoneses não permitem que se escreva um palavra estrangeira com eles. Por isso os japoneses criaram um alfabeto silábico secundário, para poder dar "som" aos caracteres tradicionais e permitir escrever palavras de outros idiomas. Acabei de descobrir que em chinês dá!

A pronúncia em chinês é : YáLie

Frase do Dia





"Não podemos escolher como começar nossas vidas, porém sim enfrentar nosso fim (morte) com valor".

                           Dito por Huo Yun Jia, mestre fundador da Federação de WuShu, citando Confúcio.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Nota de Falecimento. Diego Alejandro Haim Bermann

Exatamente agora, são 1:25 h da madrugada do dia 04 de junho de 2010. A menos de duas horas atrás, meu amigo Federico, que na foto acima está acenando, me chamou ao telefone. Eu já estava deitado, mas estava com dificuldade de dormir. De repente o celular toca e vejo que é ele. Pensei que talvez fora engano, e não atendi. Tinha que levantar cedo pra ir trabalhar amanhã. Vou ao banheiro e volto a deitar-me. Passam alguns minutos e o telefone volta a tocar, e novamente o Federico. Alguma coisa passa. Atendo.
O Feder costuma ser brincalhão. Pergunta como estou e pede pra eu respirar fundo e preparar-me para ouvir algo difícil. Pergunto já angustiado o que acontece e ele me informa que nosso amigo mais chegado, Diego, o grandalhão de camisa branca da foto, que me abraça, tinha acabado de falecer no Hospital de Eilat, depois de ter sofrido uma acidente de trabalho, no qual uma rocha que se desprendera de uma mina o atingira na cabeça.
Diego trabalhava como tratorista em uma mina de potásio no extremo sul de Israel. Tinha abandonado Beer Sheva para ir-se a Eilat trabalhar nas minas, com a intenção de juntar dinheiro para voltar para a Argentina.
Diego jamais se adaptara completamente a Israel.
Falava muito bem o hebraico. Tinha vários cursos e sempre conseguia trabalhos com bons salários. Já tinha comprado seu apartamento e era casado com Adriana, uma argentina de olhos muitos azuis, descendentes de alemães, que fizera a conversão ao judaísmo por amor ao nosso querido "Gorda", como carinhosamente lhe chamavamos.
Era jovem, mas já estava casado a muitos anos. Porém não tinha filhos.
Eu conheci o Diego no meu primeiro trabalho aqui em Israel. Fizemos a entrevista juntos, no mesmo dia. Os dois fomos chamados para o mesmo trabalho na mesma seção. Foi amizade a primeira vista. Assim formamos um trio. Eu, o Feder e Diego.
Saíamos juntos, passávamos as datas festivas juntos, viajávamos juntos, rezavamos juntos. Nem sempre, lógico, mas sempre nos encontravamos.
Um cara brincalhão e irreverente. As vezes, por causa disto, passava dos limites e nós ficavamos um pouco de lado com ele, mas no fim o carisma dele vencia qualquer aborrecimento.
O meu pequeno fogão que tenho na cozinha, foi presente dele.
Sempre me recebeu muito bem na casa dele, para ceias de sábado, pizzas e outras comidas festivas.
Agora de madrugada estarei pegando o primeiro trem que sai para o sul, para chegar a tempo do sepultamento, que vai ser feito em Beer Sheva. Parece que antes de vir a falecer ele havia pedido que se ocorresse de morrer, que queria ser enterrado em Beer Sheva e em Israel.
Verdadeiramente estou em choque. A ultima pessoa ligada a mim que faleceu foi minha avó, a treze anos atras. Desde então não havia perdido alguém próximo e jamais esperava que seria alguém entre meus amigos.




 Diego Haim e Rabino Israel Worltzmann, no passeio que fizemos ao Muro das Lamentações (Kótel), em Jerusalém. Sivuv Shearim 2006.



"Santo e Bendito, Único e Supremo Juiz do povo santo. Consola nossas almas entristecidas pela perda de um de nossos queridos, nosso Amigo Haim. Consola sua esposa, Adriana, que por amor ao esposo, se aproximou de Ti e adentrou na Aliança com Teu Povo. Santo e Poderoso, Bendito seja o Teu Nome, Juiz Justo e Verdadeiro que julga e na Tua abundante misericórdia concede perdão ao Teu povo, aos filhos de Israel."

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Ainda Não é o Fim!

Estava trabalhando hoje de manhã, numa correria da cachorra, quando meu colega de trabalho, o Abed me chama e me diz que acabam de informar no noticiário da manhã, no radio, que o encontro da frota de navios vindos da Turkia rumo a Gaza e a Marinha de Israel acabou no resultado de mais de 10 mortos (assim falavam de manhã) e alguns soldados feridos, uns leves o outros gravemente.
Esse foi o assunto do dia. Não se falava de outra coisa a não ser dos resultados que deveriamos esperar. O clima era de véspera da Terceira Guerra Mundial.
Mesmo assim, continuamos com nossas tarefas, cada um com suas preocupações, cartão de crédito, carro na oficina, companheiro de trabalho doente (e por isso trabalho dobrado), as insinuações da amiga que trabalha no escritório ao lado, etc, etc, etc. Tudo isso num dia mais do que rotineiro.Se não fosse pelas notícias no rádio, não mudaria em nada a rotina de judeus (religiosos e laicos), russos, ucranianos, árabes cristãos maronitas e mulçumanos, drusos, uma quantia de técnicos europeus (ingleses, alemães, espanhois, franceses, belgas) e alguns imigrantes africanos. Apesar de inevitável diferença de opinião, o clima de respeito, de ordem, de convivência pacífica, imperou durante todos os momentos desse tenso dia.
De vez em quando era possível ouvir o ruído dos jatos e dos helicopteros da força áerea israelense, que se dirigiam a fronteira norte, com o Líbano, para fazer um pouco de pressão e impedir qualquer suposta tentativa de "vingança" por parte do Hassa (alface) Nazrala.
Depois do expediente, fui pra uma clínica de terapias alternativas, onde recebi umas espetadas de uma bonita e simpática  terapeuta, com um hebraico mais do que arrrrrrrrrrrrastado. Durante os quarenta minutos de agradável tortura, esqueci minhas dores, e também do começo da Terceira Guerra Mundial. No mundo afora, nas diversas capitais de diversos países, multidões bravejavam o fim do "assassino sionista", e eu, um dos mais convictos sionistas me ouvidava do Hisballáh, dos palestinos, dos anti-sionistas, dos turcos, de Gaza e até das minhas dores.
O único problema é que no final eu não sabia se tanto relaxamento foi resultado das agulhas que me espetavam ou das mãos macias e delicadas da terapeuta simpática de hebraico arrrrrrrrrrrastado.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Frase do Dia

"D´s é rigoroso com o justo por uma margem tão estreita como um fio de cabelo."

Sábios da Guemará.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Profundas Verdades do Existencialismo "Judaico"

"En el propio momento en que alcanza su mayor éxito, el segundo Adam tiene que sentirse derrotado: el descubrimiento de su humanidade, de la identidad  de su "yo". Como resultado de su búsqueda incesante de una existencia segura y redimida, llega a obtener una consciencia del "yo" que hace aparecer su propia antítesis en el escenario: el sentimiento de su exclusividad y de su incompatibilidade ontológica con cualquier otro ser. El segundo Adam encuentra inesperadamente que está solo, que se ha alienado del mundo irracional y del estado mecánico, instintivo, de una existencia extrovertida, a la vez que ha fracassado en aliarse con los seres inteligentes, determinados e introvertidos que habitam ese nuevo mundo en el cual ha entrado. Cada passo de redención que adelanta el hombre en la búsqueda de la humanidad conlleva un sentimiento cada vez más trágico de su soledade e inseguridad, es decir, de que está aislado y de que es un ente íngrimo. Lucha por descubrir su identidad porque sufre debido a la inseguridad que proviene de mirar la oscuridad helada de una uniformidad que no le responde, de contemplar ese algo inimaginable sin que sienta a su bez es contemplado, de ser siempre un observador silencioso que no es recírpocadamente observado. Com la aurora redentora de una nueva identidad del "yo", el segundo Adam es conducido a um mundo de diversidad y cambio donde la sensación de inseguridad se expresa en el hecho de que la palabra "hombre" implica una realidad enigmática, única e incomunicable, en dar un vistazo a alguien que a su vez nos mira com sospecha, em observar y ser observado con perplejidade.Quién sabe qué clase de soledad es más dolorosa: aquélla que recae en el hombre cuando dirige su mirada al cosmos silencioso, a sus espacios oscuros y a su drama monótono, o aquélla que acosa al hombre que en silencio intercambia ojeadas con su prójimo."

Filosofia da la Existencia Judia, Rabino Dr.Y.D. Soloveitchik, página 172, Editorial Eliner, Departamento de Educación y Cultura Religiosa para la Diáspora y Organización Sionista Mundial.

A Contagem do Omer e a Preparação para Shavuot

Foi com muito prazer e alegria que terminei a reza na segunda-feira, dia 17/05, 04 de Sivan e isto tinha um motivo especial. Pela primeira vez na minha vida lograva realizar completamente a Contagem do Omer nos quarenta e nove dias consecutivos. Ela não foi perfeita. Por duas vezes não cheguei a tempo de rezar o Maariv e tive que realizar a contagem na manhã seguinte, sem brachá. Porém, com excessão destes dois dias, a contagem que iniciei em Beer Sheva logo após Pessach, concluí anteontem, aqui na Mitzpê, a Beit Knesset na qual rezo todos os dias. Baruch HaShem!

domingo, 16 de maio de 2010

Frase do Dia!

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."
"O Pequeno Príncipe"

ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY

A Reza Judaica e Suas Belezas. I

Já faz um bom tempo que venho querendo "criar" esta seção para o meu blog, mas com a correria do dia-a-dia, acabo deixando pra lá e fico só no "querendo".
Como a reza é uma parte importante e ativa da minha vida, e a vivência do ciclo da vida judaica é intensa e muitas vezes profunda, e por ter em minhas mãos o maravilhoso trabalho do Jairo Fridlin "Sidur Completo", posso me deliciar nos seculares e tradicionais textos tão conhecidos do "povo do livro", tanto no texto hebraico, este que ainda começo a conhecer e me aprofundar, como na tradução, que apesar das lágrimas derramadas pelos anjos, nos é de tão profunda importância,  para nós descendentes e vítimas de uma quase completa assimilação, essa terrível e silenciosa inimiga que tanto nos rodeia e nos persegue, principalmente aqueles da galut.
Graças ao Eterno, Bendito seja Seu Nome, no meu caso, ela foi mais uma vez derrotada, e aqui estou, na Terra de meus ancestrais, mergulhando cada vez mais fundo no Mar e Oceano de nossas tradições.
O meu desenvolvimento no hebraico falado e moderno tem sido satisfatório, mas ainda está longe de alcançar o nível que tenho em português. O meu idioma materno está fundamentado numa boa educação tanto materna como oficial, e na leitura de mais de um milhar de livros, sem contar as revistas, jornais e textos avulsos, todos na doce e gentil lingua de Camões.
O Hebraico é santo e sua beleza, santidade, profundidade e filosofia são incomparáveis. Mas meu idioma de berço e aquele que é doce aos meus ouvidos ainda é o velho lusitano, tão influênciado por seu vizinhos e seus modelos de cultura e civilização.
Por isso, quero passar a transcrever aqui, trechos traduzidos das rezas, trechos curtos, mas de uma beleza idescritivel, mesmo com as perdas e desvantagens da tradução.
Como cheguei agora da Sinagoga, depois de Minchá e Arvit, me chamou a atenção o texto que vem logo depois do "Shemá", a benção Gueulá. Ei-la na integra.

" Isto é verdade e firmemente estabelecido conosco, que o Eterno é nosso D´s e ninguém há fora dEle, e que nós, Israel, somos Seu povo. Ele nos redimiu das mãos dos reis; e é Ele nosso Rei, que nos tem salvo das garras dos violentos, o D´s que nos tem vingado dos nossos adversários e tem retribuído proporcionalmente a todos os inimigos das nossas almas. Conservou as nossas almas em vida e não permitiu que os nossos pés tropeçassem. Permitiu que nos colocassemos nas altas posições diante dos nossos inimigos e elevou a nossa glória acima dos que nos odeiam. O que fez milagres e vinganças por nós, no Faraó, com sinais e maravilhas nas terras dos filos de Cham, que feriu na sua cólera, os primogênitos do Egito e fez sair ao Seu Povo do meio deles para a liberdade eterna. Quem fez passar a seus fihos entre as divisões do Mar Vermelho, 
 
a seus perseguidores e inimigos afundou no abismo. Os Seus filhos viram o seu alto poder e eles louvaram e dedicaram ações de graças ao Seu nome, e subjugarm-se espontâneamente ao Seu Reino. Moisés e os filhos de Israel entoam, com entusiasmo, cânticos de alegria e dizem a uma voz:
Quem é entre os poderosos como Tu Eterno? Quem é como Tu, poderoso de magestosa santidade, temido em louvores operando maravilhas? Os Teus filhos viram a Tua Glória, Eterno, nosso D´s, quando Tu fundíste o mar. Unânimes, todos louvaram e reconheceram a Tua realeza, dizendo:
"O Eterno reinará para sempre". E assim é dito"Porque o Eterno redimiu a Yaacob e o livrou da mão do mais forte do que ele. Bendito sejas Tu, Eterno, que redimiste a Israel"

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Um Pouco de Nostalgia.

Neste momento, estou lendo dois livros. Um foi presente de um amigo, um espanhol muito religioso, de linha haredi-sefaradí e outro foi um empréstimo. O interessante é que os dois livros chegaram as minhas mãos no mesmo dia, porém, ainda que não intencionalmente, os dois livros tratam do mesmo tema porém de pontos de vista totalmente e absolutamente opostos.
"A Existência e como vivê-la."
Para um, a vida é um aglomerado de circunstâncias, sentimentos, fatos, histórias de uma complexidade absurda e dantesca, que merece um profundo e difícil exercício de análise e entendimento. Para o outro a vida é simples e leve, bastando apenas conhecer alguns "simples" princípios e guiar-se por eles, sendo assim possível viver em constante e imutável bem estar e felicidade.
Não quero tratar da questão de quem tem a razão ou a verdade. Quero apenas registrar que hoje, depois do trabalho, como tantas outras vezes no passado, peguei minha bicicleta e fui para o calçadão da praia. Sentei num dos bancos e fiquei admirando a baía de Heifá, com o Monte Carmel ao sul, como um imenso monstro adormecido diante do mar e ao norte o tímido ístimo da cidade de Ako. No meio da baía, navios descansam, ou esperando para partir ou para entrar no porto de Heifá.
Alí na praia e no calçadão, solítários, idosos, casais, crianças, alguns com seus cães, outros com suas músicas, uns ainda com seus pensamentos. Eu era um desses. O vento soprava forte. A música da Galgalatz dava o rítmo. O sol brilhava na água do mar... e eu pensava no texto que dizia que um rabino uma vez estava na sacada de um hotel, de frente pro mar e assistia o lento pôr do sol. Seu amigo extranhando a demora e o sílêcio prolongado, vai até ele, e se surpreende ao vê-lo chorando. Então lhe questiona o que passa, no que pensa, e recebe a resposta de que a emoção vem do tremor e do reconhecimento da pequenes e efemeridade do homem frente a monstruosa e gigantesca obra da criação. Tantas dores, tantos sorrisos, tantas esperanças, tantos desencontros e decepções, tantas batalhas, umas ganhas outras não, tantos empates, tantas certezas, mas tanto mais duvidas e incertezas, e para quê? Somos como o dia que passa, ou como a chama de uma vela, que luta pra ter seu lugar, sua luz, seu calor, seu brilho, mas que tão facilmente se extingue, se apaga ao mais leve sopro da brisa ou da respiração faceira e traquina de uma criança!
Fiquei pensando naqueles olhos de um azul tão profundo como o mar que se esparramava diante de mim. Naquelas mãos delicadas, mas de uma força gigantesca, que me apoiaram em horas tão difíceis. Naquela voz tão doce que se preocupa em ser mais doce ainda quando pronuncia meu nome: "Aaariieeeh", assim, como uma menina faceira, cheia de malícia e inocência ao mesmo tempo, graça e leveza de uma adolescente num corpo de mulher. Daquela maneira de inclinar a cabeça para baixo e olhar para cima para me mirar dentro dos olhos que me faz sentir como se estivesse nú diante dela.
Estava alí, pensando porque pensava nela, assim como pensei em outras que já passaram pela minha vida, e que nenhuma delas está hoje ao meu lado. No amor e na paixão que tantas vezes veio e se foi, e que ainda virá e se irá como a chama da vela, tão frágil diante do vento da vida, que tudo apaga e nada mais sobra do que a lembrança, a saudade e uma lágrima diante do pôr do sol, na baía de Heifá, em Israel.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Frase do dia

Segundo o rav Dr. Y.D. Soloveitchik, em sua obra "Filosofia De La Existencia Judia", página 10:

"Grandes porciones de verdade se encuentran en los principios dialécticos de la filosofía de Heráclito y Hegel en lo concerniente al proceso general de la existencia, lo mismo que en las concepciones de Kierkegaard, Karl Barth y Rudolph Otto en lo que respecta a la conciencia religiosa y a la materialización le la vivencia del creyente en general. Estos sostienen que una gran fuerza de creación se encierra en la antítesis:  la contradicción refuerza la existencia, la oposición renueva la obra de creación, la negación engendra universos y la refutación profundiza y extiende la conviccíon."

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Pior do que a ignorância, é a ignorância atrevida!

Este foi o comentário do Oliveira no blog do Gutermann, no Estadão On-line.


O post tratava do anúncio de Espanha e França em declarar agora o "Estado Palestino".


23/02/2010 - 12:22
Enviado por: Oliveira

Vocês falam como se o governo de Israel fosse MUITO RESPONSÁVEL.

Esse “governo democrático” que controla todo abastecimento de água de regiões e famílias inteiras do lado Palestino, limitando a 30 minutos a recarga de reserva insignificantes de águas paras as poucas famílias que conseguem pegar sua água.

Possui soldados que fazem excessivos “abusos de autoridade” (entenda como humilhação, espancamento, prisão, e outras coisas que eles não assumem de tão vergonhosas que são) nos postos de travessia, assassinato sem justificativa de fazendeiros palestinos (http://www.inewsit.com/viewVideo.php?fileID=182) , leis que segregam árabes judeus dentro do próprio estado de Israel (http://bit.ly/dfKeaR).

Como se não bastasse, ainda chama de fanático um partido palestino, mas ignora por completo o fanático fascista do Avgdor Lieberman, Ministro de Relações Exteriores, autor e defensor da lei contra árabes judeus em Israel, agitador de guerras, uma pessoa na qual muitos judeus repudiam por não ver nele uma solução para os problemas e sim o vêem como “parte do problema”. (http://www.youtube.com/watch?v=YtuKO06RAqo)

É muito fácil falar dos outros não??

Israel tem como objetivo NUNCA aceitar a criação de um estado Palestino, por quê? Porque o governo desse país não quer. É um governo tão racista quanto os ditos por você, que vê na fé ou na “benção de d-uz” o “direito” de matar pra ter posse de uma área de terra e sangue, calcando Nele a comprovação e legitimidade de posse de algo que é de todos, e justamente por tudo isso tem se bloqueado toda e qualquer forma de diálogo sensato sobre o problema.

O holocausto só mudou de lado.
Aceitar isso, por parte de quem pratica, é difícil.


Agora esta foi a minha resposta:




Pois é! Na tua santa e (como dizia meu professor na faculdade)abusada ignorância, não sabe nem definir para si o que foi o Holocausto. Foi a morte de milhôes de pessoas (judeus, cristãos, comunistas, ciganos, e tantos outros grupos minoritários) que não apresentavam nenhum, repito, NENHUM risco para a Alemanha de então. Para o enriquecimento de sua cultura, que parece bem pobre, diga-se, judeus e outros grupos perseguidos pelos nazistas, foram condecorados por atos de heroísmo na Primeira Guerra Mundial. Já em Israel, nenhum árabe é perseguido por ser árabe ou mulçumano. As universidades israelenses estão lotadas de beduínos, árabes cristãos e mulçumanos, (e saiba-se que muitos deles se detestam entre si!). Dificilmente uma pessoa entra num comércio, numa fábrica ou empresa de qualquer tipo e não encontre alí inúmeros árabes trabalhando juntamente com israelenses judeus de igual pra igual. Os hospitais e Kupat Holim (postos de saúde) estão cheios de médicos árabes e drusos que atendem normalmente a comunidade judaica, e vice-versa. Quando um maquinista árabe-mulçumano resolve perpretar um atentado, atacando a todos no seu caminho, ele não estava trancado num campo de concentração e nem num gueto, mas estava trabalhando e gozando de todos os direitos e confiança da sociedade israelense lhe dá. O Bituach Leumi (Caixa de Previdência e Seguridade de Israel) vive abarrotada de árabes que vão lá pedir os seus direitos de "cidadão" assim como nós israelenses. Eu SEI porque eu MORO, VIVO, TRABALHO E ESTUDO em Israel. Quando fiquei internado na departamento de Reumatologia do Hospital Rambam, em Haifa, meus outros dois companheiros de quarto eram árabes israelenses, sendo um comerciante e o outro atendente do Ministério de Finanças de Israel.
AGORA, QUANDO UM ÁRABE RESOLVE POR EM RISCO A VIDA DE UM CIDADÃO ISRAELENSE (SEJA ELE DE QUALQUER ORIGEM - CRISTÃ, JUDAICA, MULÇUMANA, DRUSA, BEDUÍNA) ELE SERÁ IMPEDIDO, E SE FOR NECESSÁRIO MORTO, PARA QUE NÃO TENHA SUCESSO EM SEU INTENTO DE MATAR INOCENTES.
O EXÉRCITO DE ISRAEL TEM COMO NOME PRÓPRIO, EXÉRCITO DE DEFESA! MAS SE PARA DEFENDER, TENHA QUE MATAR, MATARÁ. ESSE É UM DIREITO UNIVERSAL RECONHECIDO POR TODOS OS PAÍSES CIVILIZADOS DO MUNDO.
Porém tu não sabes isso e muito mais.
Antes de falar besteira, de fazer comparações esdrúxulas e de comprovar, autenticar tua ignorância (que não é um defeito em si, somente quando se torna atrevida!)peça um visto de turista e venha passear em Israel. Venha conhecer a VERDADE com teus próprios olhos, e não se submeta a vergonhosa e ridícula posição de papagaio que nada mais faz do que repetir inconsciente a fala dos outros (neste caso o velho, batido, falso e sujo discurso de uma esquerda burra, ignorante e tendenciosa)que nada mais sabe fazer do que falar mal de Israel, dos judeus e israelenses, somente porque somos amigos do lada mais forte(EUA). Sorte nossa e azar deles. Sorte nossa (que somos menos de sete milhões) e azar deles (que juntos são mais de 250 milhões em todo o Oriente Médio.
Já chegou a hora e faz muito tempo que vagamos pelo mundo sem pátria. Depois de tudo voltamos e NINGUÉM, repito, NINGUÉM nos vai impedir de vivermos, de sermos soberanos em nossa ERETZ ISRAEL. Todos os que aceitem nosso direito de aqui viver, será bem vindo e respeitado, como outros milhares que assim entendem e vivem conosco. Agora, aqueles que desejam o contrário, terá o castigo e o fim que merece. Segundo as leis internacionais, segundo o costume das Nações livres e de Direito Constituído.
Se tu é um brasileiro que nem mesmo sabe por ordem na tua casa (violência, pobre, corrupção, desordem social, etc, etc, etc.)porque se acha no direito de dizer o que é certo ou errado aqui. Se tu nem conhece o "holocausto" que dizima milhares de vítimas inocentes na violência descontrolada das favelas paulistas e cariocas (já esteve alguma vez no cemitério do Jd. São Luiz, em S.P.? Já parou uma vez pra ver a idade daquelas vítimas que o "TEU PAÍS MARAVILHOSO" faz todos os dias e ninguém fala nada... é logico... não valem nada mesmo... são pretos, pardos e pobres... se fossem palestinas ou árabes certamente haveria um petista ou um esquerdista chinfrim que sairia gritando pelas ruas a injustiça... mas esses meninos e meninas das favelas e curtiços não merecem... pena que não são árabes...).
Faz-me o favor!

Se quiser ver a página do Blog do Gutermann no Estadão, clique aqui!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

E Tem Gente Que Acredita no Acaso!

Hoje mais do que nunca vivemos em uma época que cada um pensa no que quer como quer e ninguém tem nada a ver com isso.
D´s, Bendito Seja, foi esquecido e a ciência, a auto-satisfação, a filosofia, etc, foram entronizados no seu lugar.
Somos criação do acaso, do azar, da mera seleção natural, da vontade caprichosa e manhosa da natureza. Assim afirmam os "evoluídos, cultos e inteligentes homens de hoje"!
Porém no Tanach, muitas vezes foi dito, que ao olhar para cima e não poder explicar o porquê ou o como, não houve outra maneira e saída além de "louvar ao Borê HaOlamim", já que Alguém tem que ter feito isto tudo, tão perfeito, cheio de ordem, de leis! Ou as leis que regem o universo surgiram do acaso. O caos pode gerar ordem? Não sei. Sei que o Universo é algo impressionante, que nos faz sentir tão pequenos, nada, insignificantes...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A grandeza do Mar (Oceano)

Quem gosta de alguém orgulhoso? Ninguém, né!?
Quando digo orgulhoso, quero dizer no sentido de arrogante. Ter orgulho de algo não é necessáriamente ruim, mas sim quando começamos a ter orgulho de nós mesmo... e passamos a crêr que somos melhores do que os outros... e por aí vai... até que começamos a destratar o nosso próximo, uma vez que acreditamos que  "ele" não está na "minha altura".
A tradição judaica é repleta de histórias, contos e lendas com respeito ao orgulho excessivo e como alguns destratavam outros por se acharem melhores.
Uma delas é a que vou contar agora.

*Paróchet do Aron HaKodesh da sinagoga onde eu rezo, Beit Haknésset Mispê, comemorando os sete dias da Criação.


Quando O "HaKadosh Baruchú" estava construindo (Criando) o mundo, chegou o dia de fazer os rios e os mares, semparando as águas dos continentes.
Então O "HaKadosh Baruchú" perguntou pros rios e pro mar, quem deles gostaria de estar mais acima, e quem gostaria de estar em um nível mais baixo.
Os rios orgulhosos de seu comprimentos, de suas correntezas e de seus jardins que floresciam por onde passavam, apressaram-se em oferecer-se para estar num nível mais alto.
A atitude arrogante e de pouco tato dos rios com os mares, não agradou ao "HaKadosh Baruchú", que pensou como castigá-los e dar-lhes uma lição, porém antes perguntou aos mares o que eles pensavam.
Os mares não se importaram com o ocorrido e ainda complementaram: "Seria muito bom ter os ríos num nível acima. Não nos importa de estarmos no nível mais baixo, Senhor dos Mundos."
Então o "Borêh HaOlam" teve uma idéia, e aceitou a proposta como estava.
Naquele dia gloriosos, com estrondos jamais ouvidos e terremotos jamais visto pelo olho humano, as águas e os mares foram separados.
E o que aconteceu? Como o "Borêh HaOlam" recompensou a humildade dos mares e castigou a arrogância e o auto-orgulho dos rios?
Quando todos estavam nos seus lugares, algo inesperado aconteceu. Os rios, em todo o seu esplendor, corriam, saltavam, espumavam, com graça e orgulho, gorgorejos e murmurejos... mas para onde corriam?
No outro extremo, estavam os mares e oceanos... vazios, desolados, mas aos poucos eles foram crescendo... crescendo... e crescendo... e porque? Simples, porque os rios despejavam toda a sua glória em nimguém menos do que nos mares e oceanos.
Assim, com o tempo os mares e oceanos se encheram, até se tornarem aquilo que nós conhecemos hoje, umas das maiores maravilhas da natureza, e somente porque foi humilde o bastante para dar o primeiro e mais alto lugar para outro, e aceitar estar onde, aparentemente é um nível mais baixo.
É por isso que está escrito: "nas tuas mãos, "Adon HaOlamim" está a JUSTIÇA".

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Questão Filosófica.

"A religião ou a busca por ela, deve ser feita com o objetivo do encontro da VERDADE como CONHECIMENTO ou FORÇA e meio de viver e aprender a viver dentro de um contexto existencial?"

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A Lição Que Aprendi com a Água Viva.

Bem, como parte do meu progeto de vida, está também, entre tantas coisas, passar a ter uma vida mais "movimentada", e quando digo isso, o digo literalmente, porque devido a minha maneira de ser, seria capaz de passar todo o dia sentado, lendo, escrevendo, pesquisando, estudando...
O problema é que D´s, Bendito Seja, não nos fez árvores (que são imóveis), mas homos mobiles, ou seja, que se movimentam. Me recordo que meus avós sempre repetiam que o homem "necessita" trabalhar, entendendo-se por trabalho alguma ocupação que o mantivesse em constante movimento e esforço durante o dia. Eles (Doña Perpétua e Seu Nérico - meus avós de bendita memória) diziam que um homem que não trabalha (se moviementa) está condenado a morrer (cedo, logo, breve).
Seguindo o conselho deles, já que não sou campesino e não tenho que pegar na enchada todo dia, procuro fazer uma caminhada, pra esquentar os músculos, forçar a circulação, melhorar a oxigenação do cérebro e dos extremos, fazer funcionar o intestino, os rins, o fígado e o sistema endócrino em geral.
A vantagem que eu tenho é que por "VIVER" em ERETZ ISRAEL, não simplesmente faço caminhada, mas faço A Caminhada. Só para terem uma idéia, eu moro numa região que no passado pertenceu a Tribo de Asher. Assim, se vou caminhar junto ao mar, estou em Asher. Porém as vezes eu quero ir em direção ao campo, e por isso vou em direção a Kfar Bialik, no sentido do oriente, mas aí já estou em terras que pertenciam a Zvulun.

 Agora voltando ao que interessa.
Hoje, pela manhã, fui fazer a minha caminhada. A manhã estava agradável, nem quente nem fria, estava melhor dizendo "morna". Um presente depois dos dias de frio e chuva que tivemos. Não ventava muito, e no meio da semana as ruas e a praia estão bem vazias.
Por onde eu caminho, há parques, terrenos ainda vazios para uso do KKL (Fundo e Bureau de Posse e administração da Terra em Israel), condomínios antigos, tudo servido de largas avenidas, amplas calçadas bem sinalizadas para pedestres e especialmente feitas para Atividade Física, como caminhadas e ciclísmo. Alguns lugares lembram alguns bairros de Santos e Praia Grande, uma mistura de classe média decadente, com prédios novos e velhos, casas simples e algumas bem ricas, e o ar cheirando a maresia.
Bem, fazia minha caminhada, já pela orla, na areia, quando me dei com uma cena interessante. Na praia, jogada para lá e para cá pelas marolas, uma água viva, mas não uma água viva qualquer, uma "baita" de uma água viva que devia ter no mínimo uns cinco a oito quilos. O diâmetro da cúpula tinha pelo menos uns 45 cm e de altura quase uns 30 cm. Era enorme! Sei... sei... sei que existe bem maiores, e até as chamadas gigantes, que pesam mais de cem quilos, mas eu jamais tinha visto uma como a que eu ví hoje.
Parei e fiquei contemplado a agonia daquele belo (perigoso, mas belo!) ser vivo, que viajou por sei lá quantos milhares de quilômetros de oceanos e mares, mas que agora estava alí, sendo jogada de um lado para o outro sem poder fazer nada.
E eu nem podia ajudar. Se tentasse tocá-la seria queimado pelo veneno que ela possui. E tudo isso porque? Porque a água-viva é um ser que não tem movimento próprio. Ela apenas frutua nas águas salgadas dos mares sem poder escolher para onde vai, ao sabor das marés. U
Um ser tão belo, tão perigoso, mas que não podia salvar-se a si mesmo. Condenada a morte pelas simples e fracas marolas que rebatiam na areia, hoje, durante a maré alta.
Eu não sou muito chegado em psicologia existencialista, na verdade detesto. Mas hoje não pude deixar de comparar nossas vidas com aquela água-viva.
O sofrimento, a dor, a perda, enfim, muita coisa ruím em nossa vida acontece porque somos como águas-vivas, que não têm domínio sobre nossos caminhos. Somos jogados de lá para cá pela maré da vida. As vezes isso parece bom, agradável e compensador. Viajamos por mares e oceanos, vemos maravilhas, desfrutamos, até que um dia uma traiçoera correnteza nos empurra em direção à praia. Mesmo aí muitos de nós nos divertimos. Finalmente nossos longos tentáculos tocam o fundo do mar... algo que não havíamos esperimentados antes! Que barato! Mas de repente, pufft... estamos encalhados. As ondas que um dia nos deram o prazer de subir e descer suavemente no alto mar, agora nos golpeiam violentamente. Estamos cobertos de areia, areia que machuca e incomoda... que trás uma sensação de desconforto...
Aos poucos começamos a nos despedaçar... nosso corpo frágil não suporta a violência das ondas.
Em pouco tempo percebemos que estamos condenados a morte. Por causa de nossos "espinhos" venenosos, ninguêm virá nos ajudar. Acabou. Agora é só esperar a morte chegar.
Pode parecer piegas, simplória ou boba essa comparação, mas é exatamente isso o que ocorre com muitos de nós, e simplesmente pelo fato de deixarmos a "Vida" nos levar, assim como o mar "leva" as águas vivas.

Parashat Shavua - Trumáh. "O Ato de Doar".

Muita gente acha que o ato de doar não passa de uma falta de inteligência por parte de quem doa e de esperteza ou aproveitamento de quem recebe.
Quando estava no Brasil, ví muita gente dizendo que não fazia doações porque acreditava que "TODOS" os supostos necessitados não passavam de vagabundos. E afinal de contas, o próprio governo pedia que não ajudassem os mendingos e pedintes, já que essa ajuda poderia ser usada para alimentar o crime, o vício e outros atos ilícitos.
Não é segredo que sou judeu somente por parte de mãe. A família de meu pai  é cristã ( uns mais, outros menos) e minha avó, católica. Apesar das discordâncias "num nível filosófico-religioso", aprendi a ver com olhos livres de preconceito, muita coisa boa sendo feito por eles, e se há uma coisa que eles (os católicos) fazem bem é a caridade.
Me recordo que uma vez, por causa de meu trabalho (vendas) conheci um padre, da Paróquia da Senhora do Carmo, na Zona Sul de São Paulo. Era espanhol, e só me lembro que tinha o sobrenome Sardinha. Bem, conversamos sobre várias coisas, principalmente sobre nossas diferenças, mas acabamos falando sobre nossas similaridades, como a caridade. Caridade incondicional e completamente desinteressada!
É interessante que os evangélicos costumam usar a caridade como uma "armadilha" para capturar almas. Que feio! Já nós judeus, como perdemos o hábito do proselitismo a mais de dois mil anos, aprendemos com o tempo a fazer caridade de maneira a não esperar objetivos dela, ou seja, ajudamos porque as pessoas precisam, e não porque queremos algo delas. Ou talvez queramos sim, que elas se sintam bem e tenham um pouco de tranquilidade em suas lutas e tribulações, porém não mais do que isso. Os católicos fazem um trabalho parecido, e principalmente os franciscanos. Debaixo de votos de pobreza, abandonam o mundo e tudo o que ele pode oferecer, para dedicarem-se aos mais necessitados. Como sei disso. O Padre Sardinha me convidou a conhecer um núcleo (um pequeno convento de franciscanos pobres e caritativos) na região do Peri-Peri, próximo de Pinheiros. O que eles fazem? Recolhem pessoas nas ruas. Pessoas desabrigadas, enfermas do corpo e da alma, abandonados, regeitados, famintos. Levam eles para o convento (que nada mais é do que uma casa enorme) e lhes dão banho, roupas limpas, alimentação e algo que me impressionou bastante, CARINHO, muito afeto!
Uma história me chamou a atenção. Um senhor que era doente mental, e por isso ele foi "jogado" na rua pela família. Isso mesmo. Apesar de sua doença, esse senhor sabia onde era sua casa, e conhecia a sua família, mas eles não o queriam mais. Porém esse senhor não foi doente toda a vida. Antes da velhice e de adoecer, era uma pessoa normativa, trabalhava e bastante atuante na sua comunidade. Casou, teve filhos,  os criou e lhes deu educação. Agora o mais interessante. Qual era a sua profissão? Pastor evangélico. Isso mesmo. Apesar de serem cristão professantes, não exitaram em "jogar"o próprio pai "doente e idoso" na rua! Esse senhor somente não morreu de frio e de fome como indigente nas ruas da Zona Sul de São Paulo, graças aos frades franciscanos que o encontraram quase morto durante uma ronda noturna numa das noites mais frias daquele ano (2001/2002?).
Agora quem mantém o trabalho dos franciscanos? Ninguém! Nem mesmo a comida do dia é programada. Tudo depende da doação espontânea dos paroquianos, homens de negócios da região e pessoas que se sensibilizam com o trabalho deles.
Eles, os frades, me convidaram para comer com eles. Naqueles dias eu não era tão rigoroso com a kashrut, e apesar de não comer alimentos proibidos, não era tão correto com outras normas de preparo, e etc. Por isso aceitei como um gesto de boa vontade e de admiração pelo trabalho. Só que havia uma questão. Primeiro eles alimentavam os necessitados. Os frades e visitantes somente comeriam se "sobrasse"! Se não, não! Por fim, insisti que a minha parte fosse dada a um frade que iria ficar sem comer para que eu pudesse ser "honrado"! Lhe convenci de que eu não necessitava e que ao chegar em minha casa, graças ao Eterno, tinha muita comida (acho que mais do que precisava) me esperando.
O que eu quero dizer com tudo isso? que os católicos são bonzinhos? Nada disso, apesar de que estes que conheci realmente o eram. Quero somente mostrar que existe sim uma outra realidade neste mundo duro e cruel. Neste mundo selvagem que somente sabe louvar a beleza, a riqueza, a força e o orgulho.
Para concluir, uma história hassídica.
Contam que no passado, numa pequena vila do leste europeu, durante um terrível inverno, o Rabino da cidade fazia o papel de colector de doações para poder comprar lenha para os mais pobres, pois naquelas épocas, se alguém dormisse sem um fogo pra se acalentar, morria de frio. O Rabino chega numa casa de um rico comerciante, bate na porta e o empregado vem atender-lhe. Quando vê que se trata do rabino, ele imediatamente o convida pra entrar, porém o rabino não aceita e pede pra falar com o patrão. O empregado vai chamar seu senhor, e este ao se interar de que o Rabino lhe aguardava do lado de fora, enterrado na neve e no vento frio da noite, apressa-se a colocar seu sobretudo e ir ao encontro do velho mestre.
"Rabino, que bom vê-lo por aqui! Venha, entre um pouco e me diga o que deseja!..."
"Bem, você sabe que eu, na qualidade de Rabino da cidade sou o responsável pela coleta de doações para a compra de lenha para os mais pobres e necessitados. E por isso..."
O rico senhor lhe interrompre:
" Sim Rabino!... eu sei... (batendo os dentes de frio), por acaso não sou um dos seus fiéis doadores... porém vamos entrar pra falar sobre isso... não há sentido em falarmos disso aqui fora, nesse frio de matar...!
O Rabino então completa:
" Ahhhhh!.... é esse mesmo o meu objetivo. Meu caro senhor. Sou muito grato a ti e ao Eterno pelas generosas doações que o senhor tem realizado. Mas faltava algo..."
"Falta algo!!!"  o rico começando a se irritar... "Então me diga o quanto mais tenho que doar que eu doarei... mas vamos sair deste frio..."
"Não é de dinheiro que eu estava falando, meu senhor... mas era exatamente deste frio que o incomoda. Eu queria ter certeza de que o senhor soubesse de como essas pessoas que necessitam de seu dinheiro se sentem todas as noites.!!!"


BeKitsur (em resumo) a moral é a seguinte: Não é suficiente doar um valor como caridade, mas sim e também SENTIR o que o outro sente e assim compreender sua dor e seu sofrimento.

Que o Eterno e Único D´s nos abençõe a todos! e lembrem-se:

"Ninguém é tão pobre que não tenha o que doar (um sorriso talvez) e ninguém é tão rico que não necessite de algo (um sorriso talvez!)".

A história hassídica é uma versão e tradução (minha) livre baseada na "Parashat Shavua" do rabino Naftali Reich, do Torah.org ( em ingrêis).

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Minha Nova Sinagoga (Beit HaKnésset Mispê)

Vivo no Norte de Israel, na região Metropolitana de Haifa, chamada Krayot. Especificamente em Kiryat Motzkin.
Durante o último ano andei procurando uma Beit Knésset onde pudera rezar e me integrar, onde me sentira bem, nos mais variados aspectos... mas tava difícil.
Apesar de sefaradí, desde que cheguei em Israel, tenho me identificado com a filosofia do Rav Kook, e do criado por ele, Sionismo Religioso. Esse ramo da ortodoxia judaica abrange todos os sectores do judaísmo, mas o grupo que mais aparece nesse ramo filosófico são os askenazim.
Assim, sou um sefaradí que gosta de rezar junto com os askenazim, e até não podia ser de outra forma, já que meu maior contato no Brasil sempre foi com askenazim de uma maneira geral, fossem Conservadores ou Ortodoxos...
O problema é que na minha "shchunáh" não havia sinagogas "Dati Leumi", e fiquei meio perdido durante um tempo. Até que num Yom Shishi, durante as compras para Shabath, enquanto estava na fila do caixa, ví que o senhor que estava imediatamente atrás de mim tinha todas as características de um askenazí e datí leumi, (kipáh srugah, muito branco, olhos profundamente azuis e um ar sereno e austero). Então, venci a timidez (detesto falar com extranhos!) e lhe perguntei se vivia nos derredores. Ele disse que sim. Então perguntei se ele conhecia alguma Beit Knésset Dati Leumi, e ele mais uma vez confirmou que sim. Pra minha surpresa, a três minutos de minha casa. E como eu não tive conhecimento durante todo o ano que passou?
Acho que primeiro por causa da minha personalidade fechada. Há quem diga que sou simpático e agradável, mas no fundo sou muito parecido com meu Avô Nérico, calado, de cara amarrada, que sai de casa quieto e volta calado. Depois, porque aqui em Israel há uma característica de hurbanização que nós não conhecemos aí no Brasil. Aqui é muito comum as quadras de pedestres. São enormes bolsões de casas, escolas, sinagogas, jardins infantís, praças, playgrounds (parquinhos), condomínios, etc, que não possuem entrada para automóveis. Somente passagens para pedestres. Alguns desses bolsões são verdadeiros bosques, com enormes pinheiros e eucaliptos, com estreitas passagens calçadas, para os moradores, mas sem nenhuma sinalização. Se por algum acaso você não tem que passar por alí, talvez viva uma vida inteira sem saber o que se pode achar por lá.
Bem, este era o caso. Aqui ao lado da minha casa, do outro lado da rua, tem um bolsão de condomínios e no centro deles uma escola. Uma escola primária. Como eu ia imaginar que lá no meio havia uma Sinagoga do geitinho que eu queria.
Bem, com a informação do Haim ( o senhor a quem me dirigi no mercado) acabei descobrindo, e agora já tenho o meu Beit Knésset, que provavelmente vai ser o meu Centro Espiritual (não confundir com terrero de macumba nem com casa de passe ou mesa branca) pelas próximas décadas, e de meus filhos também.
Meu primeiro dia junto com meus novos amigos foi em Shabath Itróh. Agradável coincidência!
Fui muito bem recebido e já recebi todas as honras normais a um judeus que vai rezar junto com seus correligionários. Alí fazemos todas as três rezas do dia, Kabalath Shabath, estudamos Guemará (duas vezes por semana) e Mishná todas as noites depois de Arvit. O ritual é muito parecido com o que eu assistia na Kipah em Beer Sheva e com o  do Machon Meir, com excessão de algumas pequenas variações, quase imperceptiveis.
Estou feliz! Agora a próxima etapa, voltar a fazer os shiduchin e passar a ser um homem completo, como manda a Torah. Também, já estou cansado de ser homem-metade. Essa coisa de viver faltando uma costela não é nada legal. E não vejo a hora de ver os bacurí correndo em torno da bimá!

Maravilhas da Literatura! Uma citação de Elie Wiesel.

O que me encanta e me faz passar horas e horas da minha vida lendo, são as  pequenas frases, descrições e pensamentos que saltam do intelecto do autor, emaranhado numa história ou conto, verídico ou fantasioso, mas pleno, transbordante de verdade, verdade sutil, verdade filosófica, que de tão escondida no texto, pode ( e passa) muitas vezes passar desapercebida pela maioria dos leitores, ainda mais daqueles ocasionais ou forçados por alguma obrigação curricular, etc...
Estava num "Sebo", como sempre tentando garimpar alguma jóia entre tanta lama e entulho e acabei por ter sorte. "La Locura de D-os", de Elie Wiesel, uma pequena brochura, na verdade uma Peça escrita em dois atos.
O nome do autor chama muito mais a atenção do que o volume em si, despretencioso,  porém reservava uma bela surpresa, literatura de excelente nível.
Porém, das 147 páginas de texto, o que me saltou aos olhos, ao coração e ao meu sentido de leitor, foi uma citação específica, que vou trancrever aqui, porque encerra em si uma definição que talvez seculos de filosofia não puderam expressar.


" O Careca (Oficial de Polícia da Ex-União Soviética) balança a cabeça: nunca compreenderá a esses judeus. Sempre descontentes consigo mesmo."  "La Locura de D-os" de Elie Wiesel, Acervo Cultural/Editores, Buenos Aires; Traducción de Pablo Palant.(1970).

Elie Wiesel aqui, consciente ou não descreve de maneira brilhante o caráter coletivo do judeu de todos os tempos. Ao meu ver o ato de "descontentamento", "inconformidade" é o motor, é o vetor que faz do judeu um revolucionário de todas as épocas! O descontente Avraham quebrou os ídolos e declarou-se o primeiro monoteísta. O descontente Yaacov queria para sí o mérito da progenitura, ainda que era o segundo filho. O descontente Yosef não acreditava suficiente o amor e o carinho desvelado por seu velho pai, mais planteava a admiração e a aceitação (acho que esta mais do que aquela) de seus outros onze irmãos. Moshe, príncipe na Casa do Faraó, possível herdeiro do Trono do Egito, não estava contente com o luxo, com o status e com as facilidades que tinha. Deixou tudo e fugiu para o deserto, buscando a resposta de como encontrar uma vida plena de Justiça, de Retidão e de Valores, coisas que ele não conseguia ver nos seus pares dominantes no Egito. A lista é enorme e interminável... podendo acrescentar todos os profetas (e alguns bastante inconformados, como Eliahu Anavi, Elisha, Yonah, Yeremiahu... ) e mais próximos de nós outros nem tanto santos, mas não menos inconformados, como Max, Hertzl, Hirsch, Abravanel, Rav Kok, Eisntein, Freud, Ben Gurion, Sabin, Rabi Menachen Mendel Schneerson, Simon Wiesenthal, Asher Ginzberg (AHAD HA`AM), Antonio José da Silva, o judeu, Maimônides e ... tantos... tantos... outros... que inconformados com o mundo tal como ele era, descidiram mudá-lo, melhorá-lo.
Não estou aqui a fazer juízo de valores, quem foi bom, quem não foi, quem estava correto e quem não estava... mas sim relembrando que esta tem sido a "artéria" que tem dado vida a milhares de personalidades que apesar de virem de um povo tão pequeno, perseguido e despresado, têm dado suas vidas por aquilo que acreditam. 

Rosh Hodesh Adar. Primeiro Dia do Mês de Adar. Ano de 5770!




Começa um novo mês. Adar. Este é um mês importante para nós, judeus, porque representa a Bondade Salvadora do Nosso D´s, Bendito Seja. Nesse mês comemoramos o Purim, data alegre e divertida, onde celebramos a milagrosa Salvação que D´s nos concedeu de nossos inimigos no reino da Pérsia, onde o Malvado (maldito seja o seu nome para sempre) Haman  tentou através de intrigas e artimanhas cometer o primeiro holocausto contra o  Povo de Israel. Graças ao Eterno e a atitude de fé e de coragem de Ester e de seu tio Mordehay, seus planos foram frustrados.

Imagem ao lado:
A tribo relacionada com o mês de  Adar  é a tribo de Naftaly.

                                                                                                     

"Nunca te esqueças de onde vieste e para onde irás".
Como a história é o guia sobre o qual aprendemos a caminhar em direção ao futuro, nada melhor do que Purim para nos ensinar que, memo hoje, nós judeus em nossa Eretz Israel, ou espalhados pelo mundo (Ainda!), devemos estar atentos para a maldade de nossos inimigos e aqueles que detestam o Povo de D´s. Que devemos sempre, levantarmos rápido e prontos para reagir contra seus intentos, e, simbolizado pelo Jejum realizado por todo o povo de Israel daquele tempo, acreditar e confiar na proteção Divina e na sua condução última e final de Seu Povo.
Um grande abraço a todos e meus desejos de Rosh Hodesh Adar Tov, de bençãos, Paz, Alegria  e Salvação, para nós e para todo Am Israel, hoje e sempre, Amén, Amén, veAmén!

 Imagem acima : O sígno do Zodíaco relacionado com o mês de
Adar é o sígno de Peixes.

Veja também:
Mês de Adar na Wikipédia.

Mês de Adar no Chabad.org.br

Mistérios que nos surpreendem...!

Clichê por clichê, vamos a ele... : "Existem mais coisas entre o céu e a terra do que nossa estreita inteligência pode imaginar... ".

No vídeo abaixo, uma notícia simples, que muitos considerariam sem a menor importância, mas que (pelo menos para mim!) pode ter um significado místico e importante...
Diz a notícia que uma gata, aparentemente sem motivos, resolveu viver numa das cabanas do antigo Campo de Concentração de Auschwitz. E daí? o que teria isso de anormal?
Aparentemente, e digo, aparentemente nada, se não fosse pelo fato de na Polônia estar fazendo um dos invernos mais intensos das ultimas décadas! E pelo fato de que ninguém vive lá.
Porque um gato escolheria ir viver num local desabrigado, onde não há calor (os gatos são extremamente friorentos e adoram um lugar aconchegante e quentinho!) não há comida, não há nada que pareça atraente...

Gata 'adota' Auschwitz
Gata 'adota' Auschwitz


Bem... como eu já deixei bem claro em outras postagens, eu tenho uma verdadeira reverência pela memória dos meus avós. Eles foram a minha referência, juntamente com minha mãe, para tudo o que sou hoje como ser humano. Minha avó e meu avô, apesar de não serem literalmente "religiosos", eram profundamente Maaminin (crentes - entenda-se como pessoas de fé, e não comumente em português do Brasil, como sendo evangélicos - D´s nos livre!). Como pessoas do campo e com limitada educação formal, eles tinham toda aquela forma peculiar de se expressarem e de explicarem o mundo. Apesar de não terem estudado (meu avô muito pouco e minha avó absolutamente nada), eram de uma inteligência e perspicácia fora do comum. Eram profundamente observadores, críticos e analíticos de seu entorno e possuiam um Caminho Filosófico claro e determinado, adquirido pela tradição oral transmitida por seus ancestrais.
Assim, apesar de não terem estudado psicologia animal, meus avós conheciam muito bem o comportamento destes e tinham bem claro que "às vezes um animal se comporta de maneira nada habitual!". O que era bastante intrigante, já que eles não possuem o mesmo nível de inteligência e raciocínio de nós seres humanos.
Como então eles explicavam esses "desvios de comportamento"?
Ouvi inúmeras e incontáveis vezes de meus avós que os animais por não terem o discernimento entre o bem e o mal e sim agirem por instinto e serem assim possuidores de uma inocência nata, eram capazes de vêr (sentir, talvez) as almas e as coisas espirituais de uma maneira que nós, "seres superiores" não podemos.
Diz uma parte da tradição judaica que tudo o que possui vida, de uma forma ainda que distinta, possui alma, espírito. Alguns ramos mais místicos acreditam mesmo que uma alma que um dia habitou um corpo humano, possa voltar numa outra encarnação (Guilgul - que em hebraico tem o sentido mais de cíclos!) como um animal!
Não quero aqui discutir se isto é correto ou não, se é válido ou não ou se eu ou você crê nisso ou não. O importante, pelo menos para mim, é que sejamos o suficientemente humildes para aceitar que existem coisas que não podemos explicar e que parecem nos mostrar que existe alguma outra realidade que não está aparente aos nossos cinco sentidos...
Voltando a gatinha de Auschwitz, o interessante é notar que naquele lugar sucumbiram milhões de vidas e almas... e que segundo alguns, por isso, estaria repleto de uma energia ( ou de uma força karmica) estupenda! Porque essa gatinha sente a necessidade de viver alì? O que ela sente nesse lugar? Veria ela almas que habitam ainda esse triste sítio que foi palco de tantas e tantas dores e sofrimentos? Seria a gatinha o retorno de uma alma que pereceu ou que perdeu alguém querido naquele Campo? Ou a alma de um soldado alemão, que atormentada pelo remorso de seus atos (ou ao menos de sua cumplicidade ) sente a necessidade de redimir-se voltando ao local onde falhou como ser humano, e tenta "corrigir-se" (fazer o seu Tikun) sofrendo o frio e a fome no mesmo lugar que infligiu sofrimento e dor a outros?
Eu sei, eu sei que tudo isso não passa de divagação, suposições e talvez uma pitada de "loucura" de minha parte. Somente creio que dessas pequenas coisas com as quais tropeçamos em nossas existências (às vezes, tão sem sentido) podemos aprender que nem tudo é o que parece e no mundo há um pouco mais do que Big-brothers, índices financeiros, contas para pagar, objetos caros e de marca para comprar... etc... etc...
Um Rosh Hodesh Adar Tov a todos...
Com as bençãos do Altíssimo sobre nós, e todo o Povo de Israel, amén, amén veamen!