sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A grandeza do Mar (Oceano)

Quem gosta de alguém orgulhoso? Ninguém, né!?
Quando digo orgulhoso, quero dizer no sentido de arrogante. Ter orgulho de algo não é necessáriamente ruim, mas sim quando começamos a ter orgulho de nós mesmo... e passamos a crêr que somos melhores do que os outros... e por aí vai... até que começamos a destratar o nosso próximo, uma vez que acreditamos que  "ele" não está na "minha altura".
A tradição judaica é repleta de histórias, contos e lendas com respeito ao orgulho excessivo e como alguns destratavam outros por se acharem melhores.
Uma delas é a que vou contar agora.

*Paróchet do Aron HaKodesh da sinagoga onde eu rezo, Beit Haknésset Mispê, comemorando os sete dias da Criação.


Quando O "HaKadosh Baruchú" estava construindo (Criando) o mundo, chegou o dia de fazer os rios e os mares, semparando as águas dos continentes.
Então O "HaKadosh Baruchú" perguntou pros rios e pro mar, quem deles gostaria de estar mais acima, e quem gostaria de estar em um nível mais baixo.
Os rios orgulhosos de seu comprimentos, de suas correntezas e de seus jardins que floresciam por onde passavam, apressaram-se em oferecer-se para estar num nível mais alto.
A atitude arrogante e de pouco tato dos rios com os mares, não agradou ao "HaKadosh Baruchú", que pensou como castigá-los e dar-lhes uma lição, porém antes perguntou aos mares o que eles pensavam.
Os mares não se importaram com o ocorrido e ainda complementaram: "Seria muito bom ter os ríos num nível acima. Não nos importa de estarmos no nível mais baixo, Senhor dos Mundos."
Então o "Borêh HaOlam" teve uma idéia, e aceitou a proposta como estava.
Naquele dia gloriosos, com estrondos jamais ouvidos e terremotos jamais visto pelo olho humano, as águas e os mares foram separados.
E o que aconteceu? Como o "Borêh HaOlam" recompensou a humildade dos mares e castigou a arrogância e o auto-orgulho dos rios?
Quando todos estavam nos seus lugares, algo inesperado aconteceu. Os rios, em todo o seu esplendor, corriam, saltavam, espumavam, com graça e orgulho, gorgorejos e murmurejos... mas para onde corriam?
No outro extremo, estavam os mares e oceanos... vazios, desolados, mas aos poucos eles foram crescendo... crescendo... e crescendo... e porque? Simples, porque os rios despejavam toda a sua glória em nimguém menos do que nos mares e oceanos.
Assim, com o tempo os mares e oceanos se encheram, até se tornarem aquilo que nós conhecemos hoje, umas das maiores maravilhas da natureza, e somente porque foi humilde o bastante para dar o primeiro e mais alto lugar para outro, e aceitar estar onde, aparentemente é um nível mais baixo.
É por isso que está escrito: "nas tuas mãos, "Adon HaOlamim" está a JUSTIÇA".

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