domingo, 16 de maio de 2010

A Reza Judaica e Suas Belezas. I

Já faz um bom tempo que venho querendo "criar" esta seção para o meu blog, mas com a correria do dia-a-dia, acabo deixando pra lá e fico só no "querendo".
Como a reza é uma parte importante e ativa da minha vida, e a vivência do ciclo da vida judaica é intensa e muitas vezes profunda, e por ter em minhas mãos o maravilhoso trabalho do Jairo Fridlin "Sidur Completo", posso me deliciar nos seculares e tradicionais textos tão conhecidos do "povo do livro", tanto no texto hebraico, este que ainda começo a conhecer e me aprofundar, como na tradução, que apesar das lágrimas derramadas pelos anjos, nos é de tão profunda importância,  para nós descendentes e vítimas de uma quase completa assimilação, essa terrível e silenciosa inimiga que tanto nos rodeia e nos persegue, principalmente aqueles da galut.
Graças ao Eterno, Bendito seja Seu Nome, no meu caso, ela foi mais uma vez derrotada, e aqui estou, na Terra de meus ancestrais, mergulhando cada vez mais fundo no Mar e Oceano de nossas tradições.
O meu desenvolvimento no hebraico falado e moderno tem sido satisfatório, mas ainda está longe de alcançar o nível que tenho em português. O meu idioma materno está fundamentado numa boa educação tanto materna como oficial, e na leitura de mais de um milhar de livros, sem contar as revistas, jornais e textos avulsos, todos na doce e gentil lingua de Camões.
O Hebraico é santo e sua beleza, santidade, profundidade e filosofia são incomparáveis. Mas meu idioma de berço e aquele que é doce aos meus ouvidos ainda é o velho lusitano, tão influênciado por seu vizinhos e seus modelos de cultura e civilização.
Por isso, quero passar a transcrever aqui, trechos traduzidos das rezas, trechos curtos, mas de uma beleza idescritivel, mesmo com as perdas e desvantagens da tradução.
Como cheguei agora da Sinagoga, depois de Minchá e Arvit, me chamou a atenção o texto que vem logo depois do "Shemá", a benção Gueulá. Ei-la na integra.

" Isto é verdade e firmemente estabelecido conosco, que o Eterno é nosso D´s e ninguém há fora dEle, e que nós, Israel, somos Seu povo. Ele nos redimiu das mãos dos reis; e é Ele nosso Rei, que nos tem salvo das garras dos violentos, o D´s que nos tem vingado dos nossos adversários e tem retribuído proporcionalmente a todos os inimigos das nossas almas. Conservou as nossas almas em vida e não permitiu que os nossos pés tropeçassem. Permitiu que nos colocassemos nas altas posições diante dos nossos inimigos e elevou a nossa glória acima dos que nos odeiam. O que fez milagres e vinganças por nós, no Faraó, com sinais e maravilhas nas terras dos filos de Cham, que feriu na sua cólera, os primogênitos do Egito e fez sair ao Seu Povo do meio deles para a liberdade eterna. Quem fez passar a seus fihos entre as divisões do Mar Vermelho, 
 
a seus perseguidores e inimigos afundou no abismo. Os Seus filhos viram o seu alto poder e eles louvaram e dedicaram ações de graças ao Seu nome, e subjugarm-se espontâneamente ao Seu Reino. Moisés e os filhos de Israel entoam, com entusiasmo, cânticos de alegria e dizem a uma voz:
Quem é entre os poderosos como Tu Eterno? Quem é como Tu, poderoso de magestosa santidade, temido em louvores operando maravilhas? Os Teus filhos viram a Tua Glória, Eterno, nosso D´s, quando Tu fundíste o mar. Unânimes, todos louvaram e reconheceram a Tua realeza, dizendo:
"O Eterno reinará para sempre". E assim é dito"Porque o Eterno redimiu a Yaacob e o livrou da mão do mais forte do que ele. Bendito sejas Tu, Eterno, que redimiste a Israel"

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