sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Kabaláh Verdadeira.

Ainda me lembro de
quando estava no Brasil e de transitar pela Kehiláh ouvia aqui e alí sobre cursos de kabaláh, entrevistas com rabinos, professores, pesquisadores da mística judaica.
Se existe uma palavra que pode definir um dos meus aspectos internos, é "desconfiado". Meu primeiro rabino em Israel, ainda em Beer Sheva, rav Israel Wortzman já me havia alertado mais de uma vez sobre minha posição extremamente "defensiva" com relação ao mundo exterior. Fazer o que? As vezes um acaba se tornando aquilo que a vida produz. As mãos se tornam ásperas e grossas pelos calos abertos. Os ombros se tornam largos pelo peso carregado. A pele de tom moreno e resecada pela longa exposição ao sol... cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça! Já dizia o velho deitado!
Assim,  para mim parecia extranho que aqueles patrícios reformistas, conservadores ou liberais (com todas as implicações que os termos requerem), pudessem conhecer, entender e ainda mais ensinar algo de Kabaláh.
Não que eu fosse um entendido no assunto. E mesmo hoje não sou. Mas algo não parecia encaixar.
Quando eu lia algo sobre a história da Kabaláh, sobre suas origens, algo simplismente introdutório, mas suficiente para enterder a base.
Moshe Rabeino, Shmuel HaNavíh, Shlomo HaMelech, Ishayahu HaNavih, Eliahou Hanavih, Elisha Hanavih,  Izkyahu Hanavih, Rav Akiva, Rav Shim'on Bar Yochai, Arizal HaKadosh!  O que é que podemos encontrar de semelhante na vida destes homens, Homens com "H" mais do que maiúsculo, gigantes da Torah, da emunah, das mitzvot.
Esses nomes citados, e muitos outros de uma lista imensa, eram homens de uma fé e crença profundamente, perdoem-me pela expressão, "ORTODOXA"!. Quero dizer com isso, com uma aceitação total e completa da Torah Escrita e Oral. Tanto na sua veracidade como na sua literalidade. Para eles a Kabalah era a Causa Primordial de todo o judaísmo. Ela, a Kabalá, não vinha substituir a Torah, os Mandamentos, as Mitzvot, os Juízos, as Leis e os Rituais. A Kabalah sim vinha e vem emprestar, ou melhor, resgatar o verdadeiro e mais profundo e íntimo sentido de todas essas práticas e ensinamentos.
Sendo assim, como uma pessoa que renega a Torah na sua essência, ou seja, a sua autoria divina e inspirada e a sua atemporalidade pode dizer-se estudioso ou mestre de kabaláh?


Agora, porque de toda essa explanação de minha parte. Porque do assunto assim de repente?
Hoje foi um dia especial na minha vida. Como eu disse acima, sempre fui desconfiado, mas na questão da Kabaláh, não que não acreditasse, mas sempre duvidava das pessoas que se diziam conhecedoras da mesma. Afinal de contas dizer que se é Kabalista, não deixa de ser uma questão de status.


HaRav Ben Ish Hai, rabino, kabalista e jurista. Viveu a mais de 150 anos atrás em Bagdad.

Porém aqui em Israel a realidade é outra. Hoje, mais do que nunca, Israel se tornou o centro mundial do Judaísmo, retornando a sua origem de antes da destruição do Segundo Templo.
As únicas correntes aceitas pela grande maioria são as diversas ramificações e expressões da Ortodoxia, desde as mais atualizadas até as mais extremistas e isoladas. No entanto elas possuem uma coisa em comum que é a aceitação plena da Halachá, código de leis que regem a vida do judeu religioso, em todos os aspectos da sua vida cotidiana, mundana e espiritual. O que diverge entre os diversos grupos é a interpretação da Halachá e os costumes que cada grupo trouxe dos países onde estavam exilados.
Como já expliquei anteriormente, agora estou estudando com um rabino que é de um ramo misrachi-haredí, e por isso com forte influência da Mística. O legal que a base de nossos estudos são sempre a Mishnah, a Guemará e a Halacháh. O que estudamos de Kabaláh vem sempre como suporte para o anterior. A Kabalah fornece o Taâm que somente pode ser encontrado no mais profundo do PARDES, no Sod!
Por estarmos no período de Shovavim, esse é o melhor perído para a realização de uma série de "rituais" kabalísticos, como por exemplo o de Tikun Shovavim, que pode ser realizado de uma maneira a englobar varios tipos de Tikunin.
Isso nada mais é do que Kabalah prática!
Um dia de Tson! Minchah realizada segundo o ritual do Mekubal Hakadosh Rav Ben Ish Hai ZTZ'L, Tsedakah e muita, muita kavanot. Uma experiência inesquecível.
Somente tenho a agradecer ao Todo Poderoso por me conceder o privilégio através de Seu Chessed, de poder vir a conhecer, estudar, enternder e participar desse Judaísmo tão original, vivo, vibrante que é o Judaísmo em Israel.
"O POVO DE ISRAEL, NA TERRA DE ISRAEL, VIVENDO A TORAH DE ISRAEL, ENTREGUE A NÓS PELO TODO PODEROSO, ÚNICO E SOBERANO D´S DE ISRAEL".





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